Um grupo de produtores rurais da Argentina que foi afetado por uma grave estiagem, bloqueava nesta quinta-feira uma estrada em protesto contra a política agropecuária do governo, com o qual travou um longo conflito desde o ano passado.
Com a intenção de aliviar a difícil situação envolvendo o setor, a presidente Cristina Fernández lançou na quarta-feira um plano de créditos baratos e outros benefícios, mas muitos agricultores consideram que as medidas são insuficientes para reverter as perdas que estão sofrendo.
"Ou há soluções pontuais (para o conflito) ou se agravará cada vez mais. Hoje é um chamado de atenção muito forte destinado ao governo nacional e à opinião pública", disse Eduardo Buzzi, presidente da Federação Agrária da Argentina (FAA), que organizou o protesto.
A FAA é a oposição mais radical das quatro entidades rurais que em 2008 estabeleceram uma intensa disputa com o governo.
A televisão argentina mostrou imagens de produtores rurais - aos quais se somaram grupos de trabalhadores da área - tomando a rota 9 na província de Santa Fe, no centro agrícola do país, o que gerou um engarrafamento de centenas de veículos.
O setor rural, castigado nos últimos meses pela acentuada queda das matérias-primas, enfrenta também uma grave seca, que já provocou grandes perdas na safra de grãos e na produção pecuária da Argentina, um dos maiores fornecedores mundiais de alimentos.
Em 2008, o setor agrário e o governo mantiveram uma dura disputa, após a iniciativa oficial de aumentar o imposto sobre as exportações de soja, principal cultura do país.
Após meses de greves rurais, bloqueios de estradas e massivas manifestações que mergulharam o governo em uma crise, o tributo foi suspenso pelo Congresso, mas a relação entre a presidente e os produtores não melhorou desde então.