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INFLAÇÃO

Produtos da cesta básica ficaram 4% mais baratos

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Os produtos da cesta básica ficaram, em média, 4% mais baratos após o anúncio da retirada de impostos federais. O cálculo foi feito a partir de levantamentos do serviço Disque Economia, da Prefeitura de Curitiba.

A Gazeta do Povo comparou os preços pesquisados em 8 de março, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou a desoneração, com os valores do levantamento mais recente, do dia 18. Nesses dez dias, 13 dos 16 itens da cesta ficaram mais baratos e três, mais caros.

Beneficiados em ocasiões anteriores, oito componentes já não pagavam IPI nem PIS/Cofins. Mesmo assim, vários deles ficaram mais baratos nos últimos dias, provavelmente por oscilações de oferta e demanda – muito frequentes nos alimentos – e eventuais mudanças na política de preços dos supermercados. Por outro lado, dentre os oito itens desonerados neste mês, dois ficaram mais caros: o óleo de soja subiu 1% e o sabonete, pouco mais de 2%.

O item com a maior queda foi o açúcar, que ficou em média 9,4% mais barato. Antes, o produto pagava 9,25% de PIS/Cofins e 5% de IPI, alíquotas que agora estão zeradas. Também tiveram reduções expressivas, de 4% ou mais, os preços médios de ovos, papel higiênico, margarina, carnes, feijão e café.

Limites

Sobre os oito itens que passaram a ser isentos pesavam alíquotas de 9,25% ou 12,5% de PIS/Cofins e, nos casos do açúcar e sabonete, mais 5% de IPI. Mesmo que o varejo repasse toda a desoneração ao consumidor, é improvável que o valor total da cesta básica caia perto de 10% ou mais, uma vez que vários componentes já tinham alíquota zero.

Pelas contas do Dieese, se todo o benefício tributário chegar aos preços, a "antiga" cesta básica – que não inclui itens de higiene pessoal – vai ficar de 3,14% a 4,51% mais barata, dependendo da capital. Em Curitiba, segundo a instituição, a redução pode chegar a 4,26%, o que faria o valor da cesta cair de R$ 293,25 para R$ 280,75, uma redução de R$ 12,50.

O Dieese ressalta que, "mesmo que a maior parte dos produtos da cesta básica seja comercializada de maneira concorrencial, alguns têm a produção ou processamento concentrado em poucas empresas". Assim, é maior a chance de que uma parte da desoneração vire margem de lucro, e não queda de preço.

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