Em 2012, o paulista Iberê Thenório abandonou a vida de jornalista para se dedicar somente ao YouTube. Depois de quase seis anos dividindo sua rotina entre a profissão e a produção de conteúdo para seu canal, ele percebeu que era possível viver apenas com o dinheiro obtido com os vídeos. Isso fez com que ele e a esposa, Mariana Fulfaro, se jogassem em uma carreira até então completamente nova: YouTuber. A aposta deu certo.
Com 4,89 milhões de assinantes, o Manual do Mundo já é o nono maior canal brasileiro no YouTube e colocou Thenório entre as 20 personalidades mais influentes entre os jovens, de acordo com uma pesquisa feita pelo jornal Meio & Mensagem. E o que começou como uma paixão por construir e inventar coisas se transformou em seu próprio negócio. Atualmente, o canal conta com sete funcionários fixos, além de outras pessoas que ajudam em serviços diversos.
LEIA MAIS: conheça os 10 canais do YouTube com mais assinantes no Brasil
O que muita gente ainda não entende é como vídeos para internet podem ser tão lucrativos. Como explica o diretor de parcerias de conteúdo do YouTube Brasil, Eduardo Brandini, são os comerciais e anúncios presentes no vídeo que geram a receita de um canal. E não é preciso um número exorbitante de inscritos para isso, já que qualquer usuário pode optar por essa monetização. O desafio, contudo, é fazer com que isso se torne rentável de verdade.
35 milhões
é a média mensal de visualizações no Canal Nostalgia.
Há uma matemática um tanto quanto complexa por trás dos valores pagos. A empresa faz um de leilão de palavras-chave e os anunciantes “compram” a exposição em anúncios quando o usuário pesquisar por aqueles termos. E os YouTubers recebem 55% do valor pago nessa publicidade quando ela é exibida na página, conta Felipe Castanhari, do Canal Nostalgia.
Isso faz com que o tipo de público influencie diretamente na receita dos canais. “Se quem está vendo aquele vídeo procura por termos que são mais caros, o YouTuber vai receber mais”, aponta Iberê Thenório. Para ele, essa equivalência torna as coisas mais justas, pois canais menores recebem proporcionalmente o mesmo valor que os maiores. A diferença fica no número de visualizações.
Sucesso off-line
Muitos YouTubers aproveitam a exposição e a fama de seus canais para alcançarem o sucesso também fora a internet. Felipe Castanhari recusou uma proposta como animador 3D em uma grande produtora em São Paulo para se dedicar ao Nostalgia e acredita que é preciso ir além para sobreviver nesse meio.
Ser um YouTuber pode ser extremamente rentável, principalmente se os produtores souberem aproveitar as oportunidades
“Não podemos depender de uma ferramenta que não temos controle, então o YouTuber precisa saber explorar sua imagem e alcance para ganhar dinheiro de outras formas”, conta o jovem, que começou a fazer vídeos em 2008 sobre coisas da sua infância após perceber que não existiam canais assim no Brasil.
E esse foco no saudosismo atraiu muitas agências de publicidade. “Já fiz bastante merchandising de filmes, além de alguns comerciais de TV. Mas o mais importante é fazer com que aquele conteúdo esteja de acordo com o que o público espera de seus vídeos”, afirma Castanhari, que planeja lançar um livro nos próximos meses com dicas para quem também quer se aventurar pelo YouTube.
US$ 12 milhões
é o valor estimado pela revista Forbes que o sueco Felix Kjellberg recebeu em 2015 com o canal PewDiePie.
Os mais populares
Com milhões de incritos, conheça os 10 maiores canais do YouTube Brasil:
1 Porta dos Fundos
11,2 milhões
2 Parafernalha
7,65 milhões
3 Galo Frito
7,62 milhões
4 5inco Minutos
7,4 milhões
5 whinderssonnunes
6,1 milhões
6 Canal Nostalgia
5,6 milhões
7 rezendeevil
5,3 milhões
8 Canal Canalha
5,2 milhões
9 Manual do Mundo
4,89 milhões
10 Felipe Neto
4,82 milhões
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião