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O Desenrola Brasil, programa do governo federal para renegociação de dívidas, termina na próxima segunda-feira (20), mas ficou longe de atingir os resultados planejados. Ao todo, 14,3 milhões de pessoas tiveram suas dívidas renegociadas em todas as fases do programa, um montante de R$ 52,42 bilhões.
Para se ter uma ideia da baixa adesão, o governo Lula esperava alcançar 32 milhões de pessoas apenas para a primeira fase do programa, no entanto, somente 4,93 milhões aderiram à renegociação com garantia do Tesouro Nacional, considerada prioritária pelo governo.
Lançada em outubro do ano passado, a fase de renegociação para a Faixa 1 foi destinada a pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo e que têm dívidas com valores atualizados de até R$ 20 mil.
No mercado financeiro, a impressão é de que o programa não alcançou todo o seu potencial, especialmente na primeira fase, em que as dívidas tiveram desconto médio de 83%. Tanto que o número de pessoas com CPF negativado, o principal alvo do Desenrola, se manteve estável, aproximadamente 70 milhões de brasileiros.
Ainda assim, a Fazenda celebrou e classificou o resultado do programa como “grandioso”, por não ter permitido que esse número aumentasse. Além disso, entre julho de 2023 e fevereiro deste ano, foi registrada uma leve melhora em alguns indicadores.
O percentual de atraso por mais de 90 dias nas dívidas bancárias, por exemplo, caiu 1 ponto entre as pessoas que ganham até dois salários mínimos. Também houve redução de 0,4 ponto percentual na média do endividamento bancário de pessoas físicas. Os dados foram apurados pelo jornal O Globo.
Em março deste ano, o governo prorrogou pela segunda vez as renegociações da primeira fase do programa. A previsão inicial é de que deveriam ter acabo em dezembro do ano passado, contudo, elas foram primeiramente prorrogadas até o dia 31 de março.
Com a nova extensão do prazo até a próxima segunda-feira, o governo buscou ampliar o acesso das pessoas, após a unificação do Desenrola com os aplicativos de bancos, do Serasa Limpa Nome e o Caixa Tem. No primeiro semestre desse ano, o governo também fez convênio para viabilizar a negociação das dívidas do Desenrola Brasil e da Serasa nas agências dos Correios.
O programa teve início em julho do ano passado e tem como foco incentivar a renegociação de dívidas privadas de pessoas físicas inscritas em cadastros de inadimplentes, buscando reduzir o endividamento e facilitar o acesso ao mercado de crédito. As negociações são feitas diretamente entre os clientes e as instituições.