O Paraná deverá receber pouco mais de R$ 11 bilhões em investimentos em infraestrutura nos próximos anos, fatia pequena dos R$ 198,4 bilhões anunciados pelo governo federal, nesta terça-feira (9), na nova fase do Programa de Investimento em Logística (PIL). A segunda etapa do plano concederá à iniciativa privada a gestão de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos.
Não há nenhum projeto novo para o estado, apenas a confirmação de alguns que já estavam em andamento ou investimentos ligados à renovação antecipada de concessões que já existiam. É o caso da duplicação da BR-116, que liga Curitiba a Mafra (SC), com investimento previsto de R$ 2,5 bilhões, e da construção de uma faixa adicional nas rodovias que ligam os dois estados pelo litoral (BRs-101 e 376), no valor de R$ 900 milhões. Embora tenham sido anunciados, os dois projetos ainda estão em negociação com as concessionárias que administram os trechos e dependem da renovação dos contratos para acontecer.
Analisando a questão ferroviária do estado, o programa é altamente negativo. De certa forma, tínhamos expectativa que a ferrovia que liga Maracaju ao litoral entrasse.
Ainda no modal rodoviário, o projeto do corredor de 460 km formado pelas BR-476/153/282/480, que atravessam Santa Catarina e Paraná, não é novidade. A concessão já estava em andamento e seria colocada em audiência pública no mês passado, mas teve o andamento suspenso por causa do lançamento do novo plano. O investimento previsto é de R$ 4,5 bilhões na duplicação do trecho.
“Na parte rodoviária, no que concerne ao Paraná, deixou a desejar. Achávamos que a rodovia Guaíra–Paranaguá seria contemplada, assim como o trecho da BR-163, que vai de Santa Teresa do Oeste até Realeza, por onde passa grande parte do movimento de cargas vindo do norte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina”, avalia Nilson Camargo, técnico especialista em logística da assessoria técnica da Federação da Agricultura do Estado do Paraná.
Ferrovias e aeroportos
O governo federal tirou de seus planos imediatos duas ferrovias que passariam pelo Paraná e estavam previstas na primeira versão do programa, lançado em 2012. A continuação da Norte-Sul entre São Paulo e Rio Grande do Sul ainda está no radar, mas só será concedida depois da conclusão dos trechos mais ao Norte. A nova ligação entre Maracaju (MS) e Paranaguá também não apareceu no anúncio.
“Analisando a questão ferroviária do estado, o programa é altamente negativo. De certa forma, tínhamos expectativa que a ferrovia que liga Maracaju ao litoral entrasse. Seria uma grande oportunidade para atrair investidores, mas o governo federal não priorizou”, analisa o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo.
O governo está negociando a antecipação da renovação das concessões ferroviárias, com investimentos previstos de R$ 16 bilhões, que podem beneficiar o Paraná. A Rumo ALL já divulgou que tem planos de investir quase R$ 2 bilhões no estado.