Brasília O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) reduziu de US$ 45 bilhões para US$ 40 bilhões a projeção de saldo da balança comercial brasileira em 2007. O anúncio foi feito ontem pelo titular da pasta, Miguel Jorge. A revisão se deve ao ritmo forte de crescimento das importações, principalmente no segundo semestre do ano. Se for confirmada a estimativa, o superávit comercial será menor em US$ 6 bilhões na comparação com 2006.
O ministério manteve a meta de exportações em US$ 155 bilhões para 2007 e projeta que as importações irão ultrapassar pela primeira vez a marca dos US$ 100 bilhões no ano, atingindo US$ 115 bilhões. As importações subiram 28,3% no acumulado de janeiro a setembro enquanto as exportações aumentaram 15,5%, o que reduziu o superávit comercial em 9,5% em relação ao mesmo período de 2006.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, o saldo no período soma US$ 30,94 bilhões. Somente em setembro, o superávit comercial foi US$ 1 bilhão menor que no mesmo período do ano passado. A expansão das importações foi de 38,8% em relação a setembro de 2006 e as exportações cresceram 18,6%. Ambos, no entanto, bateram recorde mensal pela média diária.
O secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, avaliou que as importações baratas, por causa do real valorizado, aumentaram os investimentos da indústria. Segundo ele, as compras têm permitido a ampliação da capacidade instalada e a produção de bens mais competitivos para atender a demanda interna e externa. Ele destacou o aumento das importações de bens de capital, principalmente partes e peças para máquinas industriais e acessórios de maquinaria industrial.
Do lado das exportações, os destaques foram os embarques de manufaturados, que subiram 22,2%, puxados pelas vendas de 25 aviões da Embraer e de duas plataformas para exploração de petróleo.
Na última sexta, a Embraer entregou o milésimo jato da família ERJ 145 para a Grand China Express, empresa aérea do grupo Hainan Airlines.