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As projeções para o crescimento da economia brasileira em 2021 estão em alta. Nas últimas cinco semanas, o ponto médio (mediana) das previsões para a expansão do PIB passou de 3,04% para 3,52%, segundo o relatório Focus, um levantamento feito pelo Banco Central (BC) com o sistema financeiro.
Cresce o número de instituições que projetam um crescimento superior a 4% (veja lista ao fim deste texto), que, se confirmado, representaria a maior expansão da economia desde 2010. Desde a alta de 7,5% daquele ano, as maiores taxas foram de 4% em 2011 e 3% em 2013. No restante da década, o país alternou períodos de baixo crescimento com recessões profundas.
Vários bancos e casas de investimento esperam expansão acima de 4%. E há instituições ainda mais otimistas. A pesquisa diária do BC sinaliza que, desde o dia 18, o teto das projeções passou a ser de 5%. Esse número é menor que as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento da economia mundial (6%) e para a dos países emergentes (6,7%). Esse crescimento relativamente mais fraco do Brasil provavelmente tem relação com o fato de que, em 2020, o PIB nacional caiu menos que o de boa parte do mundo.
Um dos bancos que trabalha com esse cenário mais positivo é o Fibra, que anunciou, na terça (25) a revisão da expectativa de crescimento do PIB de 4% para 5%.
Segundo economistas da instituição financeira, a economia vem mostrando sinais de resiliência que é formada por quatro fatores: “A taxa de juros real em patamar bastante estimulativo, a taxa de câmbio bastante depreciada em termos reais, que contribui para a dinâmica positiva do setor externo, o cenário internacional bastante favorável e a recuperação do mercado de trabalho formal”.
Eles destacam que parcela destes fatores deve permitir o crescimento mais acelerado que o estimado anteriormente, pelo menos até o fim do semestre.
Quem também reviu as projeções para cima, ainda que em um patamar menor, foi a Fundação Getulio Vargas (FGV). A instituição trabalha com a expectativa de que o PIB brasileiro cresça 4,2% no ano, puxado pelo investimento e a indústria de transformação.
Entretanto, a entidade aponta para incertezas em relação ao cenário atual. “Além das dúvidas em relação à evolução da pandemia, o cenário internacional tem sido também muito volátil. Olhando à frente, preocupam tanto a evolução da política fiscal, pela questão da dívida, como da política monetária, dadas as pressões inflacionárias.”
A XP investimentos projeta um crescimento de 4,1%. “As perspectivas de crescimento econômico se consolidaram. No mundo, China e EUA mantiveram o ritmo forte do início do ano, enquanto Europa dá sinais de reaceleração, depois da segunda onda de Covid-19. No Brasil, mesmo com a piora da pandemia, o primeiro bimestre foi forte e a queda, a partir das medidas restritivas de março, não parece tão profunda. A vacinação continua avançando, ainda que aos solavancos”, apontam analistas da instituição.
Outro fator considerado como relevante e que acaba estimulando a economia brasileira é a alta no preço das commodities, como soja e minério de ferro.
O Itaú justifica sua alta nas projeções de 3,8% para 4% apontando que indicadores recentes sugerem que o impacto econômico da segunda onda da pandemia está sendo significativamente mais moderado do que o observado na primeira onda.
“A atividade econômica não parece estar sofrendo de forma relevante com a redução dos auxílios emergenciais. O crescimento expressivo da economia global e a esperada redução na taxa de poupança das famílias brasileiras atenuaram o efeito negativo da redução da renda disponível sobre a demanda”, diz o banco, em relatório.
A previsão do governo federal para o crescimento do PIB também melhorou – na semana passada, foi revisada de 3,2% para 3,5%. Está alinhada à mediana das projeções do mercado, mas ainda é conservadora se comparada às expectativas mais otimistas.
Projeções para o crescimento do PIB em 2021
Confira abaixo algumas das projeções mais elevadas para o crescimento do PIB em 2021. As previsões acima de 4% indicam a maior expansão na economia desde 2010:
- ASA Investments – 4,5%
- Barclays – 4,3%
- BNP Paribas – 4,5%
- Credit Suisse – 4%
- FGV – 4,2%
- Fibra – 5%
- Goldman Sachs – 4,5%
- GO Associados – 4,0%
- Inter – 4,2%
- Itaú – 4%
- JP Morgan – 4,1%
- LCA Consultores – 4,0%
- Modalmais – 4,1%
- Rabobank – 4,0%
- Rio Bravo – 4,0%
- UBS BB – 4,5%
- XP Investimentos – 4,1%