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Consumo de petróleo bate recorde ao mesmo tempo em que são anunciados grandes investimentos em fontes renováveis.
Consumo de petróleo bate recorde ao mesmo tempo em que são anunciados grandes investimentos em fontes renováveis.| Foto: Zbynek Burival/Unsplash

Ao mesmo tempo em que o noticiário é inundado por anúncios de grandes investimentos em fontes renováveis, o consumo global de petróleo atinge o maior nível da história. O dado mais recente da Agência Internacional de Energia (AIE), de julho, aponta para a marca de 103 milhões de barris por dia. Não por acaso, há muita incerteza nas projeções sobre a demanda por petróleo nos próximos anos.

Mas vale destacar que alguns dos maiores equívocos nesse ramo estiveram relacionados às projeções para o chamado "pico do petróleo", momento em que a produção global atingiria seu maior nível para depois declinar. O suposto alcance desse marco vem sendo sucessivamente adiado.

Para ficar num exemplo não muito distante, em 2004 – pouco menos de 20 anos atrás – a Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e Gás (Aspo, na sigla em inglês) estimava que esse topo seria atingido em 2005, com 64 milhões de barris por dia. Pelas contas da organização, em 2020 a produção global já teria caído para 43 milhões de barris diários, com o esgotamento das reservas.

Adotando metodologia menos restritiva e considerando uma maior proporção de petróleo recuperável nas reservas, a Administração de Informações de Energia do governo norte-americano (EIA, na sigla em inglês) foi mais certeira em projeção feita em 2003: seus principais cenários jogavam o pico do petróleo para 2030 ou depois.

Em seus cálculos, a Aspo adotou a metodologia do geólogo norte-americano Marion King Hubbert, que trabalhou na Shell. Em meados dos anos 1950, ele ficou célebre ao afirmar que o pico da produção petrolífera nos Estados Unidos seria atingido entre o fim dos anos 1960 e início dos 1970. Num primeiro momento, ele acertou – e esteve certo por muito tempo.

No ano de 1970 os EUA atingiram a marca histórica de 10 milhões de barris diários, que na sequência declinou até beirar 5 milhões de barris em 2008. Porém, Hubbert não contava com a revolução do óleo de xisto, que gerou um novo boom na última década e meia.

Em julho passado, os EUA produziram 12,991 milhões de barris de petróleo por dia, segundo a EIA – apenas 9 mil barris a menos que o recorde de 13 milhões alcançado em novembro de 2019, antes da pandemia.

Conteúdo editado por:Fernando Jasper
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