Senadores dos Estados agrícolas norte-americanos devem apresentar nesta quarta-feira um projeto que altera os subsídios para o setor do etanol, em vez de cortá-los tão duramente quanto numa proposta apresentada anteriormente por outros parlamentares.
A nova proposta, a ser apresentada por Charles Grassley e outros senadores de Estados do Meio-Oeste, prorroga por dois anos o crédito tributário para os produtores de álcool e a tarifa sobre a importação do produto, que deveria expirar no final deste ano.
Mas a medida reduz o atual crédito fiscal de 0,45 dólar por galão, o que custa 6 bilhões de dólares aos cofres dos EUA. Num momento em que o governo precisa cortar gastos, esse crédito é cada vez mais criticado por parlamentares.
Em 2012, o crédito cairia para 0,20 dólar por galão, e para 0,15 dólar em 2013, segundo o texto do projeto ao qual a Reuters teve acesso. Depois de 2013, o crédito estaria vinculado ao preço do petróleo --quando o barril de petróleo estiver acima de 50 dólares no mercado de Nova York, o crédito poderá ser de 0,24 dólar.
O governo e os produtores brasileiros de etanol se queixam do crédito fiscal e das tarifas de importação, que dificultam a entrada do produto nacional no mercado dos EUA. Brasil e EUA são os dois maiores produtores e consumidores mundiais do álcool combustível.
Matt Hartwig, porta-voz da Associação dos Combustíveis Renováveis, entidade dos produtores de etanol dos EUA, elogiou a proposta de Grassley e seus colegas, porque "permite que o setor evolua ao mesmo tempo em que atende às preocupações orçamentárias de alguns no Capitólio (Congresso)".
"O crédito variável oferece ao mercado do etanol uma estabilidade contra a volatilidade dos mercados petrolíferos", acrescentou.
Na terça-feira, um grupo bipartidário composto por sete senadores, sob o comando de Dianne Feinstein e Tom Coburn, apresentou um projeto que acaba com os subsídios e com as tarifas de importação, alegando que o governo não pode mais pagar tais subvenções.
Hartwig disse que essa proposta empurraria o setor alcooleiro dos EUA "de cima de um penhasco", pois levaria ao fechamento de usinas e de postos de trabalho.
O projeto de Grassley também dá incentivos para que o setor alcooleiro crie estrutura para levar os biocombustíveis ao mercado. As chamadas bombas misturadoras, em que os consumidores escolheriam o teor de álcool adicionado à gasolina, seriam beneficiadas.
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