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Na primeira viagem internacional como presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner demonstrou prioridade para as relações com o Brasil e à renovação do fôlego do Mercosul. Ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciaram ontem, em Brasília, a intenção de criar uma comissão bilateral permanente com encontros duas vezes por ano para discutir os temas e aprofundar a relação entre Argentina e Brasil.

"A comissão bilateral terá integrantes dos dois governos e será presidida pelos presidentes", disse Cristina Kirchner após o encontro de duas horas com Lula. "A metodologia [dos encontros] não será vincular o debate a um ministério, mas a temas. Porque alguns temas precisam de mais áreas e precisam de um funcionamento mais ágil", explicou a presidente eleita.

O primeiro encontro está previsto para ocorrer em fevereiro do ano que vem, em Buenos Aires. A futura presidente Argentina afirmou que a decisão de criar uma comissão com reuniões periódicas de cúpula é uma demonstração de que os dois governos querem resultados na relação bilateral.

"Precisamos fixar metas e prazos para alcançar esses objetivos. Não é apenas um exercício, do que chamamos na Argentina, de ‘reunionismo’, mas de resultados concretos. É preciso que a integração avance com resultados que possam ser quantificados, exibidos e percebidos pela sociedade", afirmou Cristina Kirchner.

A visita da presidente eleita teve dois momentos. No primeiro, um encontro só com o presidente Lula de cerca de uma hora. No segundo, uma reunião ampliada com representantes dos dois governos para mapear áreas potenciais de investimentos dos dois países. Segundo relato, não houve detalhamento de propostas.

O tema energético predominou e discutiu-se o projeto binacional de construção da hidrelétrica de Garabi, no rio Uruguay. Essa parceria, segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, será prioritária no encontro bilateral de fevereiro.

"Garabi vai ser uma das questões que talvez entre como prioridade na próxima reunião entre os dois. A expectativa é que se possa ter em Garabi uma proposta mais concreta até fevereiro", disse Garcia.

A presidente eleita resumiu o encontro dessa forma: "Foi uma reunião frutífera em que foi passado os termos de nossa relaçãoo com a decisão de aprofundar a associação estratégica entre Argentina e Brasil com a convicção de fortalecer o bloco regional com a compreensão de que o mundo vai ter mais blocos e portanto a associação é fundamental."

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