Grandes amigos tem essa tal Christina Perasso. São dezenas de milhares de contatos no Facebook e centenas deles curtem as mensagens que ela envia do cativeiro onde está presa sem saber o motivo, em um lugar desconhecido. Seu único contato com o mundo é via internet, por meio do notebook que carrega.
É certo que muitos tentam ajudá-la, juntando as peças do quebra-cabeça cujas peças fotos de detalhes do quarto, vídeos em que ela expõe o dia a dia, mensagens no Twitter onde Christina também posta. Até para comer, ela depende da rede social: quem a prendeu pode exigir que os contatos cumpram tarefas para que ela ganhe comida, por exemplo. A trama sempre se desenrola conforme a interação do público.
Se a jovem parece estar no centro da atenção de um maluco, a atriz que a interpreta, Emmy Rossum, protagoniza o "primeiro filme social de Hollywood", nas palavras do diretor D J. Caruso. Ele ganhou holofotes em 2007, com Paranoia (longa que custou US$ 20 milhões e arrecadou US$ 180 milhões) e dirigiu Eu Sou o Número Quatro. Inside, o thriller online que agora comanda, não conta com verba de blockbuster, mas tem um "orçamento de filme independente".
Quem garante é P.J. Pereira, brasileiro radicado nos EUA e chefe de criação da Pereira & O'Dell, agência de publicidade que desenvolveu a mistura de filme, jogo e merchandising do notebook Toshiba que liga Christina ao mundo. "A propaganda está virando entretenimento", considera P.J. "E Inside é um tipo novo de entretenimento que só pode acontecer com as mídias digitais."
Para grudar a marca de entretenimento à novidade de Inside, sua agência foi atrás de uma grife bastante tradicional: Hollywood.
Por trás das câmeras (uma simples webcam no escuro na visão dos espectadores), além de D.J. Caruso e da estrela em ascensão Emmy Rossum, também está o diretor de fotografia Mauro Fiori, que recebeu o Oscar da categoria por Avatar. Para finalizar, a produtora do filme é a RSA, cujas iniciais remetem a Ridley Scott, cofundador da empresa.
Para P.J., essa nova forma de publicidade ou entretenimento é fruto da popularização da cultura digital ("Coisas que eram de nerd há dez anos viraram mainstream") e do perfil do público que as novas mídias criaram ("É preciso ser interessante. Todos participam e se envolvem com a personagem, nós misturamos videogame, filme e redes sociais").
P.J. acredita que novos experimentos vão acontecer nessa direção, "um gênero novo ou uma coisa incrível e única". E que a publicidade nos meios digitais, nas redes sociais, não são mais uma curiosidade, como no começo da era da internet, ou uma fatia do bolo, quando a rede começou a se estabelecer como meio cultural. "Hoje é a cobertura do bolo, não pode ter fatia que não considere as mídias digitais."
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