Entre os novos modelos de geração de energia elétrica menos poluentes e mais eficientes no país, o governo estuda um sistema que se assemelha a um híbrido de usinas hidrelétricas com eólicas. A geração de energia hidrocinética, em testes em Tucuruí (PA), consiste na instalação de pás parecidas com aquelas movidas a vento, mergulhadas em rios, que geram energia a partir da corrente de água.

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Sem a necessidade de construção de barragens, essa alternativa pode causar um impacto ambiental menor do que as hidrelétricas tradicionais e ter uma geração de energia elétrica mais perene, quando instaladas em rios que nunca secam. Essa tecnologia é usada em países como Noruega, mas gerando energia a partir de correntes marítimas. Os Estados Unidos também geram energia a partir dos rios.

"Enquanto uma eólica gera energia, em média, de 30% a 40% do tempo, as hidrocinéticas geram em 70%, parando apenas quando há queda acentuada na velocidade do rio", explica Carmo Gonçalves, gerente de projeto eletromecânico de hidrelétricas da Eletronorte.

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Eletronorte e Itaipu assinaram em novembro acordo de cooperação técnica para desenvolvimento do primeiro parque hidrocinético no país, no canal de fuga da hidrelétrica do Tucuruí. O projeto, em parceria com as universidades de Brasília (UnB) e do Pará (UFPA), deve ser instalado em 18 meses.

Campo de testes

As empresas conversam com potenciais fornecedores das turbinas e não descartam o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional. A ideia inicial é instalar um parque gerador de 10 MW, para servir como um campo de testes nacional, o que não existe para a tecnologia eólica.

As turbinas terão potência de 500 kW, mas poderiam avançar para usinas de um megawatt. O maior desafio, como de todas as tecnologias em fase experimental, é o custo por megawatt, ainda impeditivo para seu uso no sistema elétrico.