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Na opinião dos especialistas, quem ganhou mesmo o leilão para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi o governo federal. Sem os subsídios econômicos oferecidos pela administração de Luiz Inácio Lula da Silva, a licitação nem sequer teria acontecido. E, além de fornecer apoio financeiro, o Estado deverá prover de ajuda técnica o consórcio Norte Energia para a execução da obra da usina.

A maioria das construtoras não possui experiência em empreendimentos do tamanho e da complexidade de Belo Monte, que será erguida sob a liderança da Chesf, que faz parte da holding Eletrobras, controlada pelo governo federal. "A estratégia do consórcio será toda apoiada nos conhecimentos que as empresas do sistema Eletrobras têm da região", explica Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Uni­ver­sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O financiamento de 80% da obra oferecido pelo BNDES e o desconto de 75% no Imposto de Renda foram fatores de convencimento essenciais para as companhias privadas entrarem no negócio, dizem os analistas.

"O processo todo foi conduzido de maneira errada, na correria para sair em ano eleitoral. Quem vai pagar a conta desse pacote de bondades será o contribuinte", afirma Adriano Pires, diretor da consultoria Centro Brasileiro de Infraes­trutura (CBIE).

Motivação

O professor Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), critica a finalidade da usina. Para ele, Belo Monte abastecerá setores eletrointensivos, que chegam a consumir até 30% de toda a energia do país. Entram nesse grupo mineradoras, siderúrgicas e cimenteiras, que consomem muita energia e geram pouco emprego, segundo ele.

"Precisamos diversificar a matriz energética, que é altamente dependente das hidrelétricas, e também o perfil do parque industrial, muito concentrado em setores eletrointensivos", analisa.

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