A proposta de reajuste salarial de 6% feita pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) aos bancários desagradou a categoria, que pede 10,25% de reajuste, com aumento real de 5%. A negociação entre o Comando Nacional dos Bancários, com representantes de sindicatos do setor, e a Fenaban continuará nesta quarta-feira (28) em São Paulo, mas os bancários já avisam que podem cruzar os braços caso o debate não avance. "Se o acordo for insatisfatório, a categoria está mobilizada para ir à greve" disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro.
Para Cordeiro, a questão pode ser resolvida na mesa de negociação, desde que a Fenaban apresente nova sugestão. "Eles estão apontando que não ficarão nessa proposta, mas, se continuar nesse patamar, a categoria está preparada para ir à greve", reiterou. A presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira Leite, aposta numa solução por meio do debate: "Não tem nada definido ainda sobre greve, esperamos que eles façam uma proposta que melhore o reajuste e que tenha realmente aumento real".
De acordo com os bancários, o reajuste de 6% traria apenas 0,7% de aumento real nos salários, descontada a inflação. "Nossa proposta (de reajuste de 10,25%) não é nada absurdo e, pelo resultado que os bancos têm, eles podem pagar", disse Juvandia. O presidente da Confrat reforça: "É uma proposta (da Fenaban) bastante insuficiente, nós esperávamos que ela (a entidade) apresentasse algo que pudéssemos levar à categoria".
Os dirigentes sindicais apontaram também outras questões que os deixaram insatisfeitos, como a proposta sobre piso salarial, manutenção de empregos e participação nos lucros e resultados (PLR).
A rodada de negociações incluiu discussão também de questões de saúde e segurança no trabalho, cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho do setor e igualdade de oportunidades. De acordo com Juvandia, a Fenaban deu "algumas respostas positivas" quanto às reivindicações sociais. Para Cordeiro, contudo, ainda há muito o que avançar.