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Ao discursar na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado “Conselhão”, nesta quinta-feira (27), o presidente Lula (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que a proposta para compensar a desoneração da folha de 17 setores da economia é de responsabilidade do Senado e dos empresários.
“Eu vetei [a desoneração], foi derrubado o meu veto. Nós entramos na Suprema Corte. A Suprema Corte deu um prazo para que empresários, governo e Senado encontrassem uma alternativa. O Haddad pensou numa alternativa. Pois, eu estava em casa numa sexta-feira… Você [Haddad] tomou tanta porrada… Eu jamais imaginei que esse moço tão bondoso ia ser tão achincalhado, e foi. Foi porque ele fez uma coisa que não era dele. Então, quero dizer para o Haddad, não fique nervoso, não. A responsabilidade de apresentar a compensação é dos empresários e do Senado. Se não apresentarem, fica mantido o veto. É simples assim”, disse o presidente.
Na sequência, o presidente criticou a “ganância por acúmulo de riqueza de alguns” que, segundo o petista, atrapalha a “construção do país”.
Lula também reclamou das críticas que associaram algumas das suas declarações recentes à alta do dólar.
“Quem estiver apostando em derivativos vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real. Eu já vi isso em 2008. Quem não se lembra da quantidade de empresa que quebrou? As pessoas achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar e quebraram a cara. Vão quebrar outra vez”, disse o presidente.
O petista finalizou o discurso dizendo que “voltou” à Presidência porque o povo “estava precisando de alguém que cuidasse do país”.
Nesta quarta-feira (26), durante entrevista concedida ao portal UOL, Lula minimizou as pesquisas que mostram queda na aprovação do seu governo e disse que esse movimento é normal no segundo ano de mandato, quando o povo quer ver “entregas” do governo.
“No 1º ano, o povo não te cobra nada… Agora, no 2º ano, ele começa a ter expectativa de que as coisas sejam cumpridas, e eu falei para o [Paulo] Pimenta: ‘O que nós entregamos até agora? Nada’”, disse o presidente ao justificar a queda da aprovação.