O Conselho Monetário Nacional (CMN) editou ontem resoluções que normatizam algumas das medidas de socorro ao agronegócio brasileiro, apresentadas pelo governo federal no início do mês. Elas contemplam prorrogações de investimentos, reprogramação da parcela de custeio já alongadas de 2005 e que vencem em 2006 e determina novos limites de crédito para operações de Empréstimos do Governo Federal (EGF).
Para o vice-presidente de Agronegócio e Governo do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, "as medidas são oportunas e estão de bom tamanho". Afirmou, que os benefícios concedidos podem não ser suficientes em alguns estados, "mas no caso do Paraná considero o problema resolvido", disse Conceição, referindo-se ao relacionamento dos produtores com o Banco do Brasil.
Uma situação que não foi contemplada, explica o executivo, são as dívidas de custeio deste ano. "Em princípio, têm que ser pagas, salvo alguma frustação de safra ou preço muito baixo". Nesses caso, segundo Conceição, o agricultor não ficará desassistido, mas terá que se submeter às regras normais de crédito agrícola. As operações aprovadas pelo CMN começam a ser dispobilizadas pelas agências do Banco do Brasil a partir de hoje.
Na avaliação de Ágide Meneguette, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), "as medidas são paliativas, pois aliviam a situação de parte das dívidas agrícolas deste ano, mas não atacam a raiz do problema que é a crise de renda devido especialmente à política cambial". A opinião do dirigente é que a medida compensatória do governo deveria passar pela adoção e execução de políticas agrícolas mais eficientes, além do alongamento das dívidas de custeio e investimento para mais de dez anos, dando condições aos produtores rurais de restabelecer sua capacidade produtiva: "O governo ainda não entendeu o real motivo da crise, apenas adiou a agonia para o ano que vem".
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