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A poupança é para você?

Principais características da caderneta:

• É uma boa opção para quem gosta de praticidade na hora de aplicar e resgatar o dinheiro

• É ideal para depositar valores que serão sacados em curto prazo

• Recomendada para quem deseja formar uma reserva de emergência

• O risco do investimento é baixo. Se o banco quebrar, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante até R$ 250 mil por pessoa

• O retorno é baixo – está em 5,6% ao ano

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A caderneta de poupança é o investimento mais conservador e popular entre os brasileiros. Para abrir uma, basta ir até uma agência bancária com o documento de identidade, CPF e comprovante de renda e residência.

E o brasileiro nunca acreditou tanto na caderneta. No mês de maio o saldo do investimento bateu recorde: a diferença entre depósitos e saques somou R$ 5,625 bilhões, segundo dados do Banco Central. Nos cinco primeiros meses do ano, a chamada captação líquida alcançou R$ 18,822 bilhões.

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A questão é que, embora a rentabilidade da poupança tenha subido para 5,6% ao ano após o último aumento da taxa básica de juros (a Selic, que está hoje em 8% ao ano), o rendimento da caderneta ainda perde para a inflação acumulada – nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou alta de 6,50%.

Ou seja, quem investe em poupança não deve esperar lucro. Mas, para pequenos valores, que serão retirados em curto prazo, a boa e velha caderneta pode ser muito útil. Suas vantagens são: liquidez imediata, a não exigência de valor inicial ou prazo mínimo para retirar o dinheiro, risco baixíssimo e isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas – para pessoas jurídicas, o desconto do IR vem após 180 dias de aplicação.

Tiago Sou­za, da Toro In­vestimentos, diz que a poupança é recomendada para aquela pessoa que quer resgatar o dinheiro para viajar com a família no fim ano ou dar a entrada em um carro novo. Nessas situações, investir em aplicação de renda fixa geralmente não compensa.

"Quando a gente fala em médio prazo, acima de dois a três anos, a tributação para renda fixa entra numa faixa de 15%. Mas, se a pessoa quiser resgatar antes desse período, a tributação aumenta bastante, podendo chegar a 22% no caso de resgates em seis meses", diz Souza.

Com a continuidade do ciclo de altas da taxa Selic, o cenário do rendimento médio da poupança tende a melhorar até o fim do ano. Mesmo assim, os ganhos devem continuar modestos, avisa o professor de Economia João Basilio Pereima, da UFPR.

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"Acho que a poupança virou quase uma instituição cultural no Brasil. Ela existe desde a década de 1960. Gerações após gerações investem. Além disso, há um desconhecimento geral sobre finanças por parte dos brasileiros, o que dificulta optar por outros investimentos", explica o economista.

Renda fixa paga mais, mas é preciso ficar atento às taxas

O investidor de pequenos valores que não quer conviver com alto risco e busca rendimento melhor que o da poupança tem como opções os fundos administrados por bancos ou corretoras e a compra de títulos do Tesouro Nacional.

"Alguns fundos de renda fixa com papéis de grandes empresas oferecem até 2% a mais de rendimento que a poupança. Mas é preciso ficar atento à taxa de administração. Se cobrarem mais que 1% de taxa, não vale a pena, melhor deixar na poupança", explica o professor João Basilio Pereima, da UFPR.

Outra alternativa é a compra de títulos do Tesouro, por aplicações diretas. "O investidor faz um cadastro no site do Tesouro Nacional e, tendo uma conta no banco, pode começar a comprar os títulos diretamente. Conforme o tipo de papel e o prazo de aplicação, o rendimento pode chegar a 4%, até 5% ao ano", diz Pereima.

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