Manifestante durante a concentração em frente à UFPR, no Centro de Curitiba: reestatização de companhias, liberalização da maconha e solidariedade a Honduras foram algumas das bandeiras levantadas na passeata| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Evento

Congresso da Indústria tem início na terça

Da Redação

O cenário pós-crise e os desafios que ele traz serão os principais debates da edição 2009 do Congresso Paranaense da Indústria, que ocorre na próxima terça-feira em Curitiba. O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), deve reunir cerca de mil pessoas, entre empresários e dirigentes de sindicatos empresariais de todo o Paraná.

O consultor australiano Brian Bacon faz a palestra de abertura do evento, cujo tema é justamente a preparação da empresa para o cenário pós-crise – um ambiente mais competitivo, com novos produtos e nichos de mercado. Bacon é fundador e presidente da Oxford Leardership Academy – consultoria com escritórios no Reino Unido, Suécia, Hong Kong, Austrália e Estados Unidos e com operações em 16 países. À tarde, o analista político Augusto de Franco apresenta casos bem sucedidos de colaboração entre os setores público e produtivo. Também devem participar do congresso o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

A edição 2009 do Congresso da Indústria também marca a comemoração do aniversário de 65 anos da Fiep. Durante a cerimônia de abertura do evento, na noite do dia 17, a entidade vai prestar uma homenagem a seus nove sindicatos fundadores: da madeira, do mate, gráfico, cacau e balas, panificação, alfaiataria, metalúrgica e mecânica, laticínios e couro.

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Cerca de mil manifestantes, ligados a dezenas de sindicatos e movimentos sociais, participaram ontem, em Curitiba, da "Jornada Nacional Unificada de Lutas", evento promovido simultaneamente em doze capitais do país para protestar contra os efeitos da crise econômica internacional sobre a classe trabalhadora.

Na capital paranaense a concentração ocorreu no início da manhã, nas escadarias do prédio histórico da UFPR na Praça Santos Andrade, e percorreu a Avenida Marechal Floriano até a Boca Maldita, onde terminou por volta do meio-dia com um ato marcado por discursos e críticas ao atual modelo econômico.

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Sob o mote "Os trabalhadores não vão pagar pela crise", os manifestantes defenderam o fim das demissões, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a manutenção dos direitos sociais e trabalhistas.

A secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores no Paraná (CUT-PR), Marisa Stédile, pediu a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que propõe a redução de 44 para 40 horas da jornada máxima de trabalho semanal. "O governo deve tomar medidas para fortalecer a economia e essa proposta pode reverter as demissões nos setores mais afetados pela crise", disse.

O representante da Coor­denação dos Movimentos Sociais do Paraná, Gustavo Erwin, explicou que a pressão é para que o Congresso vote a PEC ainda no mês de agosto. Também defendendo a redução da jornada, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção do Paraná (Fetraconspar) distribuiu um panfleto contendo os nomes, fotos, telefones e e-mails de todos os deputados e senadores do Paraná, para que os eleitores acompanhem o posicionamento de cada um deles sobre a proposta.

Mistura

Na manifestação, também houve espaço para outras bandeiras sociais, reunidas sob o amplo espectro da esquerda brasileira. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), por exemplo, trouxe oito ônibus com cerca de 400 militantes de diversas regiões do interior do estado, que exigiram urgência na reforma agrária e o fim do latifúndio.

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Já os sindicalistas fizeram apelos pela reestatização da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale, Embraer e Petrobras, e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) reivindicou que os recursos obtidos com o petróleo da camada pré-sal sejam "geridos pelo povo".

Houve também quem defendesse a liberalização do uso da maconha, o direito à moradia, o fim da homofobia e a igualdade de raças e gêneros. No plano internacional, as manifestações foram em solidariedade aos povos de Honduras, da Palestina, do Afeganistão e do Iraque, além de pronunciamentos contrários a instalação de bases militares norte-americanas na Colômbia.