Milhares de manifestantes marcharam neste sábado (16) em Madri e em outras cidades da Espanha em protesto contra os líderes da União Europeia (UE) que estão lidando com a crise financeira, condenando o que para eles é "uma UE que pertence aos mercados".
A marcha, organizada pelo movimento espanhol "Indignados", teve início depois que o Chipre anunciou que vai se valer das contas bancárias dos cidadãos para ajudar a salvar o governo de um calote (default_ da dívida, como parte do acordo de resgate de 10 bilhões de euros (US$ 13 bilhões) feito com a UE.
"Nós não devemos nada. Nós não vamos pagar nada", dizia uma bandeira carregada por manifestantes na cidade de Valladolid, um grito de guerra que ecoou na marcha em Madri.
"Saia da troica", gritavam os manifestantes na capital, uma referência ao trio de credores - UE, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - que estão supervisionando o socorro da zona do euro aos países fragilizados, como consequência da crise da dívida na Europa.
Em Madri, os manifestantes marcharam para a Puerta del Sol, praça central que foi ocupada por vários meses pelos "Indignados", cujo movimento nasceu em maio de 2011 e inspirou os protestos "Occupy" em outros países.
Seus slogans e bandeiras cobrem uma vasta gama de questões que vão desde redução na austeridade a escândalos de corrupção e desemprego. "Queremos condenar a situação na Europa, onde eles salvam banqueiros, mas nos fazem pagar", disse Teresa Partida, uma mulher de 60 anos de idade, desempregada.
A Espanha tem sido duramente atingida por medidas de austeridade impostas sob pressão da UE para colocar suas contas em ordem. O governo tem como meta uma economia de 150 bilhões de euros até o fim de 2014.
As medidas reduziram o déficit de 9,4% do Produto Interno Bruto, em 2011, para 6,7%, em 2012, mas têm sido incapazes de melhorar a taxa de desemprego no país, de 26%, ou de interromper uma recessão que levou a economia a encolher 1,4% no ano passado. As informações são da Dow Jones.