Após paralisar trechos de rodovias em protesto contra a lei da terceirização no início da manhã desta quarta-feira (15), trabalhadores ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e outras categorias estão reunidos na Praça Santos Andrade, no Centro da capital. Segundo estimativas da Polícia Militar, cerca de mil trabalhadores participam do protesto.
Em seguida, os manifestantes devem seguir em caminhada pela Rua XV até a Boca Maldita, onde farão um ato de repúdio à lei da terceirização. Está prevista a exposição de um painel com o nome dos deputados paranaenses que votaram favoravelmente à lei que reduz e precariza os direitos trabalhistas, segundo os manifestantes. Aqueles que votaram contrários ao projeto terão seus nomes escritos no painel.
No Paraná, a manifestação é uma aliança conjunta entre CUT, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Força Sindical. Segundo a presidente da CUT Paraná e uma das líderes do movimento, Regina Cruz, os protestos são uma forma de chamar a atenção dos trabalhadores para os efeitos da lei da terceirização. “Não queremos ninguém terceirizado. É menos salário e mais rotatividade. Além disso, o FGTS não é repassado pelas empresas; isso já afeta algumas categorias e não queremos que se estenda às demais.
Na semana passada, representantes da CUT estiveram em Brasílis com a bancada de deputados do Paraná para discutir o projeto. Agora, a entidade quer que os senadores se declarem contrários ao projeto.
“Os protestos vão continuar até que consigamos retirar esse projeto de pauta. Ele escancara o trabalhador terceirizado no mercado de trabalho e tem impacto sobre todas as categorias”, diz Regina.
Pela manhã
Pela manhã, trabalhadores ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba fizeram protestos em frente às fábricas da Volvo, Bosch, Case New Holland (CNH), Volkswagen, Brose, Renault e WHB.
Por volta das 7 horas, eles fecharam trechos das rodovias e das marginais que dão acesso às fábricas dessas empresas, deixando o trânsito bastante complicado em alguns pontos, como no Contorno Sul, em frente à Volvo, onde um grande congestionamento se formou. Também houve paralisação no Contorno Leste, em dois pontos, em frente às fábricas da Bosch e da Case New Holland; na BR-376, próximo à Volkswagen e Brose; na BR-277, no acesso à fábrica da Renault; e na Rodovia do Xisto, em frente à empresa WHB.
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Motivação
Chamado de “Dia Nacional de Paralisação”, o protesto nacional foi convocado pela CUT em 24 capitais e tem adesão de movimentos populares e do campo.
As centrais e movimentos populares entendem que, com a aprovação do projeto de lei, o trabalhador contratado diretamente por uma empresa poderá ser demitido para que um terceirizado seja contratado, “com diminuição de salários, de direitos e aumento da jornada de trabalho”.
Já as entidades empresariais e defensores do projeto informam que haverá mais segurança jurídica para as empresas contratarem e maior proteção social aos terceirizados.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o projeto “não traz benefícios nem para a economia brasileira nem para os trabalhadores”.
De acordo com o sindicalista, “ele garante única e exclusivamente tranquilidade jurídica porque o projeto impede ações na Justiça e muito mais lucros para os empresários”.