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Protestos indicam que negociação salarial será mais tensa em 2015

Manifestação na Petrobras: operários do Comperj convivem com atrasos salariais e demissões | Tomaz Silva/Agência Brasil
Manifestação na Petrobras: operários do Comperj convivem com atrasos salariais e demissões (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O ano começou com os trabalhadores nas ruas, protestando contra salários atrasados, demissões em massa e corte de benefícios. Enfrentamento será a marca de 2015. A estagnação da economia que pode virar recessão, as obras paradas da Petrobras e a ameaça de racionamento de água e luz vão tornar mais difícil para o trabalhador brasileiro negociar com os patrões, e a rua será o campo de batalha. "Vamos sentir saudades de 2014", afirmou José Silvestre, coordenador de Relações Sindicais do Dieese, citando o ano que deve ter fechado com a economia estagnada, segundo projeções do mercado.

A mobilização dos operários ficou evidente na última semana. Centenas de trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) fecharam a Ponte Rio-Niterói por duas horas na terça-feira passada. Dois dias depois, a milhares de quilômetros dali, em Rio Grande (RS), metalúrgicos de estaleiros da região também fecharam ruas e estradas para protestar contra a redução nas encomendas.

A luta por salários melhores não vai cessar diante da situação do país, segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas. "Sempre que não há desenvolvimento do país, a argumentação dos patrões é de que não há como dar aumento. Vamos para o enfrentamento. Eles não contam o lucro que acumularam nos últimos anos. Vamos para greve, na busca de ganhos reais. A campanha salarial este ano vai exigir mais da categoria sindical", afirmou ele, ressaltando que as manifestações devem continuar. "Os trabalhadores têm que defender seus direitos. Demitiu, parou. Tirou direito, parou."

Em São Paulo, são os metalúrgicos do ABC que se mobilizam para manter os empregos e ganhos reais de renda. Já tiveram vitórias. Depois de pôr mais de 10 mil na Via Anchieta, fechando-a nos dois sentidos, em meados de janeiro, conseguiram suspender as 800 demissões em fábricas da Volks e da Mercedes-Benz. A data-base da categoria é no segundo semestre, o que dá fôlego para aguardar que a economia reaja.

"O governo só tem dado notícia ruim. Não há contrapartida às medidas restritivas, como uma política industrial de incentivo. Dessa maneira, não há como o empresário recuperar sua confiança. E se o patrão não tem confiança no futuro, vai dificultar a vida do trabalhador. O ano será difícil", afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Ano difícil

O coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre, diz que será um ano difícil para os trabalhadores conseguirem ganhos reais. A parcela de acordos com aumentos acima da inflação deve cair em relação a 2014, e o próprio reajuste deve diminuir. A inflação alta dificulta o cenário.

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