O mercado de capitais deve assistir no ano que vem a um recorde de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo projeções globais da consultoria Ernst & Young, com cerca de 300 transações que podem movimentar até US$ 45 bilhões. No Brasil, a expectativa é de que o número de ofertas fique muito parecido com o deste ano, que terminou com dez aberturas de capital e movimentou US$ 8,5 bilhões.
"Estamos encerrando 2013 no mercado brasileiro com um viés de crescimento, depois de um período de queda na atividade", diz André Ferreira, sócio líder de mercados estratégicos da Ernst & Young.
A consultoria prevê mais ofertas de empresas que busquem levantar entre US$ 200 milhões e US$ 500 milhões, principalmente de setores como infraestrutura, educação, tecnologia e varejo. Mas ressalta que a Copa do Mundo, entre junho e julho, e a eleição presidencial, em outubro, podem afetar a janela de oportunidades para os IPOs.
"Aqui, por enquanto, o desempenho deve ser muito similar ao de 2013", afirma Ferreira. "Mas globalmente a previsão é de uma retomada da atividade de IPOs com os mesmos níveis vistos entre 2005 e 2008."
Neste ano, embora não tenha ficado entre os países com o maior volume de transações, o Brasil apareceu em destaque no estudo global da Ernst Young com a maior operação realizada no mundo: o IPO da BB Seguridade, a seguradora do Banco do Brasil, que estreou na BM&FBovespa captando US$ 5,7 bilhões. Em segundo lugar ficou a oferta da japonesa Suntory Beverage (US$ 4 bilhões) seguida da inglesa Royal Mail (US$ 3,2 bilhões). De acordo com a consultoria, o País, junto com o México, foi um dos principais responsáveis pelos bons resultados da América Latina.
O décimo e último IPO do ano no mercado brasileiro foi o da operadora de turismo CVC, que conseguiu levantar no início de dezembro R$ 612 milhões. Entre maio e setembro, logo depois da oferta da BB Seguridade e do Smiles (programada de fidelidade da Gol) o mercado colocou o pé no freio. Com a justificativa de que o cenário econômico global era de incerteza, empresas como a Azul e a Votorantim Cimentos desistiram de ir para a Bolsa. As ofertas foram retomadas em outubro com a abertura de capital de duas empresas de educação.
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