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Manifesto

PT fala em crise fiscal “inexistente” e critica mudança em pisos de saúde e educação

PT fala em crise fiscal “inexistente” e critica mudança em pisos de saúde e educação
O PT, comandado por Gleisi Hoffmann, também criticou a direção do Banco Central e a PEC que pretende aumentar a autonomia da autoridade monetária. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.)

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A Executiva Nacional do PT criticou nesta segunda-feira (17) a proposta de limitar o aumento nos pisos da saúde e educação em até 2,5%. Em nota, o partido afirmou que o presidente Lula está enfrentando uma “forte campanha especulativa e de ataques ao programa de reconstrução do país".

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que apresentará a Lula alternativas para correção dos pisos de gastos com saúde e educação. A intenção da equipe econômica é conter o avanço de despesas e garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.

O PT afirmou que os pisos constitucionais dessas áreas “são conquistas históricas da classe trabalhadora e da sociedade brasileira, perante as quais não cabem retrocessos”. A sigla defendeu ainda o aumento real do salário mínimo e sua vinculação às aposentadorias e benefícios da Previdência e Assistência Social.

No início de maio, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, chegou a defender a desvinculação do reajuste da aposentadoria do salário mínimo. Tebet recuou e afirmou que a desvinculação é um equívoco ao participar de uma audiência no Congresso no último dia 12.

A legenda alegou que a “responsabilidade do presidente Lula no trato das contas públicas é reconhecida por agentes econômicos e produtivos que atuam com seriedade dentro e fora do Brasil”. 

“Como defendemos ao longo da campanha presidencial, um dos maiores desafios do país continua sendo colocar o povo no orçamento e fazer os muito ricos pagarem impostos”, afirmou o PT.

PT fala em crise fiscal “inexistente”

O partido afirmou que os resultados apresentados pelo governo na economia “desmentiram as projeções do mercado e de economistas neoliberais em 2023”. Para o PT, o Executivo enfrenta "feroz resistência de setores privilegiados diante das necessárias e inadiáveis propostas", encaminhadas ao Congresso por Haddad.

A legenda reforçou que essas medidas seriam destinadas a "correção de um conjunto de desonerações tributárias, muitas injustas e injustificáveis". Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parte da MP do PIS/Cofins, apelidada de "MP do Fim do Mundo".

Haddad esperava compensar os gastos com a desoneração da folha de pagamentos com a limitação da dedução desses tributos. Parlamentares e empresários pressionaram pela rejeição da medida.

“Valendo-se da mídia associada a seus interesses financeiros, estes setores e seus ‘analistas’ fabricam uma inexistente crise fiscal, num país em que a arrecadação vem crescendo junto com o PIB e as despesas públicas estão atreladas aos limites de uma programação rígida. Um país que está saindo de um déficit primário de 2,29% para algo próximo de zero no corrente ano”, disse o PT.

Partido de Lula critica autonomia do BC

A Executiva Nacional do PT classificou a diretoria do Banco Central como “bolsonarista”. Sem citar nominalmente, Roberto Campos Neto, o partido disse que a cúpula do BC faz “escancarada sabotagem ao crédito, ao investimento e às contas públicas”.

A legenda se posicionou contra a PEC 65/2023, que dá independência orçamentária e financeira ao BC. A instituição já conta com autonomia operacional desde 2022. A proposta está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

“A nocividade da autonomia já em vigor da autoridade monetária ficou patente pela conduta irresponsável do presidente e dos diretores nomeados pelo governo passado, que se valeram de seus mandatos para sabotar a economia do país, com vistas aos objetivos políticos do bolsonarismo”, disse o partido de Lula.

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