Temas fortes
Em artigo publicado na Advertising Age, um dos veículos mais importantes do segmento publicitário no mundo, o presidente da Advertising National Association (ANA), Bob Liodice, elenca as questões que serão discutidas pelo mercado norte-americano no decorrer de 2011. Muitas dessas discussões devem se repetir no mercado brasileiro:
Marketing on-line
O mercado deve instituir um programa de contabilidade autorregulamentada para publicidade on-line baseada em comportamento do consumidor. O programa trata de questões como privacidade e será uma mostra de que o mercado pode fazer isso sem necessidade de regulamentação do governo.
Diversidade
O mercado publicitário é criticado pela falta de diversidade étnica nas agências.
Medição e ROI
Mais do que nunca, o mercado vai discutir maneiras de trazer dados sobre os resultados das campanhas em diversas mídias; há diversas iniciativas neste sentido. Ou seja, 2011 será o ano de se discutir o retorno sobre os investimentos.
Impostos
O novo congresso pode impor taxas sobre publicidade de remédios, fast-food etc.
Relação cliente-agência
Há uma deterioração nesse relacionamento, fato evidenciado por consolidações de contas, importância maior da mesa de compras, questões relacionadas à remuneração e reclamação sobre serviços das agências.
Padrões de valor de marca
Há uma confusão sobre um padrão para mensurar o valor correto das marcas nos EUA e isso é importante para destacar o trabalho de construção de marca, que é um papel mais estratégico da agência e que vai muito além do serviço no dia a dia.
Fornecedores
Apesar de progressos trazidos pela tecnologia, como redução de tempo e mão de obra, o mercado precisa de um sistema de códigos comuns para gerenciar todo o ecossistema, dentre players e processos. A 4As tem um sistema chamado Ad-ID (http://www.ad-id.org/help/help_detailNEW.cfm) que dá um número a cada "ativo" de publicidade. Essa unificação pode dinamizar as relações entre agências, anunciantes, mídia e fornecedores.
Convergência
O mercado ficará de olho no crescimento do mobile e na convergência de internet e tevê.
Imagem do mercado
O mercado publicitário dos EUA tem a imagem de fazer coisas boas. Mas existe uma necessidade de ensinar às novas gerações o valor da publicidade. A imagem pública do mercado precisa ser melhorada, e a carreira precisa voltar a ser desejada.
Depois de um 2009 com o pé no freio fruto da cautela em relação aos possíveis impactos da crise financeira internacional , o mercado publicitário brasileiro viveu um período de retomada em 2010. O consumo e a economia cresceram, a verba deixada na gaveta dos anunciantes voltou ao mercado e as agências fecharam o ano com crescimento. Cenário que elas esperam que se repita em 2011, mesmo que com menos intensidade.
"Muito se deixou de fazer em 2009 por uma certa overdose de precaução. Mas os clientes que cortaram investimentos naquela época não só os retomaram em 2010 como se mostraram bastante receptivos a novas oportunidades", diz o diretor do Clube de Criação do Paraná (CCPR), Ricardo Schrappe, que também é diretor de criação da agência Fuego. Segundo o publicitário, houve um salto perceptível nos investimentos em comunicação, e uma consolidação da migração de parte das verbas para as plataformas digitais.
Embora acredite em um 2011 positivo para o mercado, Schrappe lembra que o crescimento generalizado da economia e do consumo nos últimos 12 meses não deve se repetir com a mesma força neste ano. "Mais um motivo para agência e anunciante repensarem suas estratégias de marketing e seu posicionamento, de modo a garantir que o cliente que foi seu em 2010 não pule para a concorrência em 2011", afirma.
O diretor da JWT Curitiba, Fabio Miraglia, também aposta em um crescimento menos robusto. "Acredito que teremos um aumento de verbas, mas não tão expressivo quanto em 2010", diz. O publicitário não imagina que as medidas anunciadas pelo governo federal para contenção do crédito e, portanto, do consumo dos brasileiros signifiquem cortes de publicidade. "A competição pelo cliente está mais acirrada, por isso não vai haver retenção."
Uma pesquisa realizada pela rede internacional de agências ICOM revela o otimismo do mercado para os próximos anos. O levantamento ouviu empresas de publicidade e comunicação de 28 países e apenas uma delas, a espanhola Veinte Segundos, espera diminuição dos negócios neste ano, na comparação com 2010. Outras três esperam manutenção dos investimentos e as demais, expansão. Segundo a rede, que reúne 77 agências, o destaque deste crescimento deverá se refletir principalmente no uso da mídia digital, seguida de relações públicas, tevê e rádio e "below the line" (comunicação fora da mídia).
No time dos otimistas, o diretor presidente do Grupo OM, José Dionísio Rodrigues, espera um crescimento entre 20% e 25% para 2011, na comparação com o ano passado resultado do aumento de investimentos de seus principais clientes e também de novos negócios. O grupo foi criado oficialmente em 2010 e reúne as agências OpusMúltipla, Brainbox Design Estratégico e HouseCricket Digital & Direct. Juntas, elas devam investir ao longos dos próximos 12 meses cerca de R$ 1 milhão em treinamento, tecnologia (hardware e software) e pesquisas. Com a união, o grupo se prepara para prospectar, com mais força, clientes em toda a Região Sul e em São Paulo.
Digital
Para o diretor de criação da Mídia Digital, Juarez Zaleski Júnior, este será o ano das mídias digitais principalmente do mobile e das mídias sociais. Segundo o publicitário, os clientes da agência curitibana, vendida no ano passado para o grupo WPP (da qual também faz parte a JWT), já sinalizaram um aumento de verbas para esses canais. "Alguns clientes já sinalizaram que vão dobrar ou até triplicar as verbas para essas mídias."
Mais “taxa das blusinhas”? Alta do ICMS divide indústria nacional e sites estrangeiros
O que propõe o acordo UE-Mercosul, desejado por Lula e rejeitado por agricultores europeus
O ataque grotesco de Lewandowski à imunidade parlamentar
Marcos Pereira diz que anistia a réus do 8/1 não deve ser votada agora para não ser derrubada no STF
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast