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Mercado

Puxada por Vale, Bovespa cai 0,14% e interrompe sequência de altas

O dia foi marcada pela queda generalizada nas Bolsas globais, após a indústria chinesa encolher pela primeira vez em sete meses e com os investidores ainda preocupados com estímulos econômicos nos EUA, o que ofuscou a notícia de que o desemprego no Brasil ficou em seu menor nível em abril desde 2002. O principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em queda de 0,14%, aos 56.349 pontos. Com este desempenho, o índice, que chegou a cair quase 2% no dia, interrompeu uma sequência de quatro altas seguidas.

Na China, a leitura preliminar do PMI (Índice de Gerentes de Compras) -termômetro do nível da atividade industrial- calculado pelo HSBC para maio caiu para 49,6, indo abaixo a marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde outubro.

"O indicador da indústria chinesa é um dos mais importantes para os mercados globais. O resultado de hoje corrobora a perspectiva de que o crescimento chinês não será tão forte quanto previsto anteriormente, o que se reflete em menor demanda por commodities (matérias-primas)", diz Victor Penna, analista do BB Investimentos.

Por conta disso, as ações de grandes exportadoras brasileiras de matérias-primas caíram no dia. É o caso dos papéis mais negociados de Petrobras e Vale, que tiveram perdas de 0,3% e 1,8%, respectivamente, para R$ 19,86 e R$ 30,38. Ambos, juntos, representam mais de 17% do Ibovespa.

Também ligada às commodities, as ações da Gerdau Metalúrgica lideraram as perdas do Ibovespa no dia, com baixa de 3,34%, para R$ 17,39. Em segundo lugar no ranking ficaram os papéis da siderúrgica Gerdau, que registraram desvalorização de 3,13% no dia, para R$ 13,62.

Também afetou negativamente o humor dos investidores o PMI da zona do euro. Apesar da contração na atividade empresarial na região ter melhorado ligeiramente neste mês, mas a escassez de novas encomendas significa que a economia do bloco deve registrar nova queda no segundo trimestre.

Por aqui, após ter atingido o menor percentual para o mês de março em 11 anos, a taxa de desemprego manteve-se em patamar baixo em abril, de 5,8%, e foi novamente um recorde para o mês desde o início da série do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2002. Investidores também receberam negativamente o corte nas estimativas do JP Morgan para o crescimento da economia brasileira em 2014, que passaram de um avanço de 4% para 3,5%.

"Dados do desemprego brasileiro não conseguiram animar o mercado, embora uma melhora nos pedidos de auxílio-desemprego e preços dos imóveis nos EUA tenha amenizado as perdas das Bolsas no país e, consequentemente, aqui no Brasil na última hora de negócios", disse Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da Icap do Brasil.

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