O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) teve variação positiva de 0,88% em janeiro, acima das taxas registradas em dezembro (0,69%) e janeiro (0,65%) do ano passado. A aceleração da inflação foi puxada principalmente pela alta nos preços dos grupos alimentação e bebidas e despesas pessoais, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (23). No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 6,02%, também acima dos 12 meses anteriores (5,78%).
Alimentação e bebidas
Os grupos despesas pessoais e alimentação e bebidas foram os principais responsáveis pela aceleração do IPCA-15 de dezembro para janeiro -o primeiro acelerou de 1,10% para 1,80% e o segundo, de 0,97% para 1,45%.
Juntos, os dois responderam por 61% do índice do mês, com 0,54 ponto percentual de impacto -0,35 ponto percentual relativo à alimentação e bebidas e 0,19 ponto percentual relativo às despesas pessoais.
O maior ritmo de crescimento nos preços dos alimentos se deveu à alta de itens importantes no orçamento das famílias, como hortaliças (de 2,67% para 6,48%), feijão-carioca (de -0,10% para 6,25%), tomate (de 0,72% para 6,02%), cebola (de -5,97% para 5,61%), frango (de 4,16% para 5,61%), frutas (de 1,27% para 2,22%), carnes (0,47% para 1,12%) e refeição fora de casa (de 0,58% para 0,95%).
Em despesas pessoais, os itens cigarro (de 2,66% em dezembro para 7,05% em janeiro) e excursão (de 12,15% para 16,18%) se destacaram.
Outros grupos
O agrupamento dos produtos não alimentícios registrou taxa de 0,70%, acima do resultado de 0,60% do mês anterior. Os artigos de residência (aceleração de 0,11% em dezembro para 0,45% em janeiro) ficaram mais caros devido principalmente à alta nos preços dos eletrodomésticos (de 0,06% para 1,18%) e TV, som e informática (de -0,73% para 0,45%).
No grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,26% para 0,61%), a alta foi em virtude de remédios (de -0,16% para 0,24%), serviços médicos e dentários (de 0,28% para 1,22%) e produtos de higiene pessoal (de 0,24% para 0,74%).
O grupo educação (de 0,10% para 0,33%) foi influenciado pelo resultado dos cursos regulares (0,20%), que refletiu os reajustes dos colégios da região metropolitana de Porto Alegre (2,62%).
Em janeiro, o grupo habitação teve o mesmo resultado de dezembro (0,74%), transporte registrou leve desaceleração (de 0,71% em dezembro para 0,68% em janeiro) e artigos de vestuário teve forte queda (de 0,62% para 0,12%).
Regiões
A maior inflação regional foi registrada em Belém (1,24%), em virtude principalmente do aumento dos preços dos alimentos (2,36%). O menor o índice foi registrado em Brasília (0,57%). Belém tem peso de 4,6% no indicador e Brasília, 3,5%.
Quem mais pesa para o resultado da inflação é São Paulo, responsável por 31,7% do IPCA-15, seguido de Rio de Janeiro (12,4%) e Belo Horizonte (11,2%). A inflação medida pelo IBGE nessas regiões metropolitanas ficou em 0,87%, 1,18% e 0,71%, respectivamente.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, o IBGE diz que os preços foram coletados entre 12 de dezembro e 15 de janeiro de 2012 e comparados com aqueles vigentes entre 14 de novembro e 11 de dezembro.
O indicador refere-se às famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, índice oficial de inflação do governo. A diferença está apenas no período de coleta dos preços.
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