Desde sexta-feira, dois novos pedidos de desligamento de cirurgiões cardiovasculares das 22 Unimeds do Paraná foram confirmados pela federação das cooperativas no estado e o único médico da especialidade de Foz do Iguaçu também solicitou saída, ainda que ela não tenha sido contabilizada oficialmente pela operadora. Ao todo, 17 dos 77 cirurgiões cardiovasculares atuantes nas Unimeds do estado estão deixando as operadoras.
Os pedidos teriam sido enviados entre 23 e 28 de dezembro, após assembleia da Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (CoopCárdio-PR), que se diz frustada com as tentativas de negociação com a Unimed Curitiba e as demais singulares do estado para o reajuste dos honorários da especialidade. Do momento do pedido até o desligamento efetivo, os profissionais precisam cumprir 60 dias de atendimento. Assim, as Unimeds do Paraná devem sentir o impacto das saídas em março.
De acordo com o presidente da CoopCárdio-PR, Marcelo Ferraz de Freitas, as Unimeds pagariam cerca de R$ 1,2 mil, em média, por procedimento da especialidade, para uma equipe de quatro ou cinco profissionais menos que os cerca de R$ 2,8 mil do Sistema Único de Saúde (SUS) e abaixo dos R$ 15 mil vistos como ideais pela cooperativa. Segundo Freitas, a última proposta da Unimed Curitiba, responsável por metade dos procedimentos da especialidade dentro das Unimeds do estado, foi de pagar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por procedimento. A contraproposta da CoopCárdio-PR foi de R$ 7,5 mil, com a possibilidade de aumento escalonado, em um prazo de dois anos, para os R$ 15 mil. A proposta não foi aceita pela operadora, e o impasse persiste.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, que acompanha o caso desde o segundo semestre de 2011, informou que a Unimed Paraná garantiu que o atendimento dos clientes das operadoras no estado será cumprido.
Na semana passada, o vice-presidente da Federação das Unimeds, Robertson DAgnoluzzo, garantiu à Gazeta do Povo que as operadoras estão preparadas para a saída dos cirurgiões cardiovasculares e que um esquema de atendimento com o apoio de centros de São Paulo (capital e interior) já foi montado. No caso das emergências, são também as Unimeds que se responsabilizarão por pagar a conta.
Serviço
O Procon-PR lembra que o cliente Unimed não deve aceitar qualquer conta adicional à mensalidade que paga todos os meses. Dificuldades devem ser relatadas à ANS (0800-7019656) e ao Procon-PR (0800-411512).
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