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O corte do juro no Japão a praticamente zero e a expectativa de mais estímulos nos Estados Unidos derrubavam o dólar nesta terça-feira, ofuscando o aumento do imposto sobre o capital estrangeiro no Brasil.

Às 12h58, a moeda norte-americana recuava 1,0 por cento, a 1,675 real, mantendo-se nas mínimas desde setembro de 2008, antes da quebra do banco Lehman Brothers que agravou a crise financeira global.

No exterior, o euro avançava mais de 1 por cento, acima de 1,38 dólar. A moeda dos Estados Unidos caía 0,8 por cento em relação a uma cesta com as principais divisas.

Na véspera, em uma tentativa de frear a entrada de capital estrangeiro no país, o governo elevou o imposto sobre investimento externo em renda fixa de 2 para 4 por cento.

Mas a decisão encarece pouco a aplicação de estrangeiros no país. De acordo com cálculos da Safra Corretora, a rentabilidade anual de um investimento em títulos com vencimento em 2017 passa de 11,34 a 10,97 por cento, ainda muito acima dos juros pagos por papéis em economias desenvolvidas.

Além disso, a tomada de crédito no exterior para aplicação no Brasil ficou ainda mais barata com o corte do juro básico no Japão a uma faixa entre zero e 0,1 por cento .

A medida, que surpreendeu o mercado, aumentou a expectativa por novos estímulos também nos Estados Unidos. Na véspera, o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que a expansão das compras de ativos pelo banco central poderia ajudar a fomentar o crescimento da economia .

"O mercado vê (o aumento do IOF) como inócuo diante do cenário externo", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets.

Questionado por jornalistas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em Brasília que é preciso esperar para que o IOF faça efeito.

MAIS MEDIDAS?

Analistas, no entanto, já imaginam que o governo apresente outras medidas para fazer frente à valorização do real.

Para Marcelo Carvalho, chefe de pesquisa econômica para América Latina do BNP Paribas, entre as opções para o governo estão um novo aumento do IOF, extensão da nova alíquota para ações, adoção de algum tipo de quarentena, reforço da intervenção do Banco Central no mercado ou compra de dólares por meio do Fundo Soberano.

Ainda assim, aponta, "suspeitamos que os fundamentos (tanto no mundo quanto no Brasil) vão orientar a tendência do dólar ao longo do tempo."

A intervenção de governos em todo o mundo contra a valorização de suas moedas deve ser discutida no final desta semana em reunião de líderes econômicos que contará com a participação do Brasil.

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