Deixem eu já deixar claro: eu não sou um fotógrafo profissional. Eu tenho uma leve noção de como as câmeras funcionam e porque coisas como o tamanho do sensor e f-stop importam. Mas prestar atenção a essas especificações em guias e embalagens é algo distante do que vejo como uma leitura interessante.
No entanto, como um editor de viagens, eu adoro tirar fotos. E eu tiro milhares delas durante qualquer passeio, principalmente usando celulares. Por anos, eu tenho sido tão dependente de fotografias em smartphones que carrego hoje dois aparelhos, um Android, em que é mais fácil de digitar, e um iPhone, que tem ótimos aplicativos e uma câmera matadora.
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Nas últimas semanas, eu levei três a tiracolo: o Google Pixel, o iPhone 7 Plus e o Moto Z, os últimos concorrentes a disputar a corrida das câmeras fotográficas em celulares. Qual deles é melhor? A resposta é um pouco complicada. Depois de vários testes com os aparelhos, em que eu foquei na experiência e no resultado (e não em configurações de hardware), eu ficaria feliz com qualquer um deles.
Eu provavelmente sou como você quando se trata da câmera do celular: tudo que eu quero é tirar boas fotos, de forma rápida e prática, sem muito esforço. Se eu quisesse uma câmera de verdade, eu recorreria a alguma DSLR ou a máquinas mais robustas. Mas se eu puder conseguir uma composição decente com meu celular, mesmo se não houver nenhuma imagem sensacional em frente, já fico satisfeito, ainda mais levando em conta que posso levá-lo comigo o dia inteiro no bolso.
Veja abaixo como cada um dos três celulares se comportou em relação a alguns pontos essenciais. Tudo o que você tem a fazer é determinar qual a sua prioridade antes de tomar uma decisão na hora de escolher seu preferido.
Auto foco
A ideia de nunca perder um flagrante é o que realmente motiva o uso da câmera do celular; e é por isso que todo celular tem atalhos para abrir o aplicativo da câmera. Mas aquela imagem imperdível não tem utilidade enquanto ela não estiver em foco. Meus testes com o auto foco foram conduzidos tanto à luz do dia quanto ao anoitecer, com objetos em movimento e parados.
Vencedor: o iPhone 7 Plus ganhou por garantir as imagens mais nítidas. Mesmo quando eu estava fotografando pela janela de um carro em movimento, a câmera do celular entregou belíssimas fotos bem definidas da linha do horizonte de Manhattan, um frame após o outro.
Concorrentes: o Pixel não se saiu tão bem no teste do carro em movimento, mas, tanto à luz do dia quanto à noite, o auto foco foi mais rápido do que seus adversários, nunca levando mais de um segundo para deixar uma imagem nítida. O Moto Z ficou entre os outros dois celulares. Duas das três fotos que tirei do céu de Manhattan pelo carro saíram nítidas. Além disso, eu realmente gostei do fato do módulo da Hasselblad (um acessório anexado na traseira do celular) permitir que você acione o auto foco apenas pressionando de leve o botão de disparo, como em uma câmera “de verdade”. É uma maneira muito mais fácil de focar do que ficar tocando a tela do celular.
Foto com pouca luz
Felizmente para os propósitos do meu experimento, eu pude ir para o Great Jack O’Lantern Blaze, um assustador festival com abóboras no Hudson Valley, antes da semana de Halloween, com os três celulares à mão.
Vencedor: o Pixel não encontrou concorrentes à altura. O celular fez um ótimo trabalho ao focar rapidamente o objeto mesmo com pouca luz e entregar um balanço de cor preciso. Esse balanceamento tem um alcance maior e mais dinâmico, o que permitiu que mesmo folhagens ao fundo do objeto fotografado se destacassem. Um recurso muito bem-vindo em restaurantes mal iluminados.
Concorrentes: enquanto o Moto Z ofereceu cores que pareciam mais reais, o iPhone 7 Plus entregou uma imagem mais nítida.
Zoom
Geralmente, se eu preciso de um grande zoom, eu não confio no meu smartphone. Mas isso está começando a mudar. Tanto o Moto Z (com seu módulo da Hasselblad) quanto o iPhone 7 Plus têm uma capacidade de zoom de 10x, enquanto o Pixel é limitado a 4x.
Vencedor: o Moto Z, que me permitiu tirar uma foto nítida de uma inscrição no terceiro andar de uma sinagoga no Upper East Side, com eu estando do outro lado da rua. Isto porque o acessório removível do celular (que no Brasil é vendido à parte por R$ 1,5 mil) tem lentes com um zoom óptico que você não vai encontrar em nenhum outro celular – em vez do tradicional zoom digital que funciona ao esticar o corte da sua foto. A diferença é palpável.
Concorrentes: o iPhone ainda tem uma capacidade excepcional de zoom, mesmo que seu alcance de 10x seja puramente digital. Mas usar essa capacidade ao máximo provavelmente vai resultar em uma imagem borrada. Ainda assim é melhor do que o Pixel, cujo zoom fica bem abaixo em comparação.
Retratos
Bichos e bebês. Estão são dois dos alvos mais comuns para quem tira fotos com o celular. Então, os recursos da câmera voltados a retratos com certeza serão usados por você em algum momento.
Vencedor: o iPhone 7 Plus tem um modo retrato desenvolvido para fornecer profundidade de campo (quando o fundo está desfocado em contraste com o alvo da foto, bastante nítido). O resultado é realmente bonito. Conseguir este resultado requer um pouco de esforço, mas, felizmente, o celular irá guiar você durante o processo: o aparelho diz se você precisa de mais luz ou ficar mais distante do objeto. Algumas vezes as condições do local podem impedir o uso do efeito. Mas, quando ele funciona, realmente é uma maravilha.
Concorrentes: mesmo com o Moto Z tendo dois modos dedicados a retratos (um para fotos à noite e outro para corrigir a iluminação), eu tive dificuldade para tirar fotos dos olhos do meu cachorro ou para conseguir uma imagem totalmente focada do seu rosto. O Pixel, enquanto isso, não tem nenhum modo retrato específico. Mas lembram daquele excelente auto foco? O recurso ajuda (e muito) na hora de tirar bons retratos.
Macro
Por favor, me perdoem: eu comi um pedaço do meu biscoito antes de conseguir arrumá-lo para minha composição preferida (estava uma delícia).
Vencedor: o Moto Z, talvez por um fio de cabelo de distância dos demais. As imagens feitas com os três celulares ficaram quase idênticas. Por isso eu fiz um outro teste, fotografando a parte de trás de uma moeda. Eu consegui a foto mais apurada com o Moto Z, com o iPhone vindo logo atrás.
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