Brasília - O governo brasileiro está preocupado em melhorar a qualidade dos investimentos chineses no Brasil por meio de agregação de valor e transferência de tecnologia. Em função do expressivo aumento da entrada de capital chinês no Brasil nos últimos dois anos, principalmente por meio de fusões e aquisições, o Minis­tério do Desenvolvimento, In­­dús­­tria e Comércio Exterior (MDIC) decidiu mapear os anúncios de investimentos no Brasil, feitos por empresas chinesas, para traçar uma estratégia de atuação. "Agregação de valor é o que a gente persegue", afirmou o coordenador-geral da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai), do MDIC, Eduardo Celino.

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O levantamento do ministério mostra que uma grande parte dos investimentos chineses no Brasil está ligada a commodities, o que evidencia a estratégia chinesa de garantir o autofornecimento de matérias-primas. De 2003 até o início deste ano, os recursos da China em projetos no Brasil somaram US$ 37,06 bilhões. Desse total, quase a metade – US$ 18,3 bilhões – foi aplicada em setores de commodities. A maior parte das operações é em forma de fusão ou aquisições de participações em setores ligados à extração e à produção de matérias-primas como petróleo e gás e mineração. Por causa disso, a Região Sudeste é a que mais recebe recursos chineses.

Os investimentos aumentaram muito a partir do segundo semestre de 2009. O governo considera o início da intensificação desse processo o anúncio da aquisição de 21% da mineradora MMX pela Wisco (Wuhan Iron and Steel Co). No ano passado, dos US$ 17,17 bilhões em investimentos anunciados, US$ 14,34 bilhões estão ligados à extração e produção de commodities. A maior parte, US$ 10,2 bilhões, foi para a área de petróleo, US$ 4 bilhões foram investidos em mineração e US$ 300 milhões foram aplicados no agronegócio (soja).

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