Os trabalhadores com nível médio completo foram os que mais conseguiram colocação no ano passado. Das 1.916.632 vagas abertas, 1.299.862, ou 67,8%, foram ocupadas por pessoas nesse nível de escolaridade. Em contrapartida, trabalhadores com instrução inferior à oitava série completa enfrentaram retração do mercado de trabalho.
Na indústria de papéis sanitários Sepac, a área comercial, localizada em Curitiba, passou de 5 para 15 funcionários do ano passado para cá. Todos têm curso superior ou pós-graduação. A unidade fabril, em Mallet (sul do estado), elevou o quadro de 280 para 320. A maior parte das vagas foi ocupada por mulheres, de acordo com a gerente administrativa Tatiana Sescato.
Uma das contratada é a auxiliar Sandra Maria Iaras, de 21 anos, que se destacou em curso da empresa. "Qualquer curso é importante para a formação e as mulheres estão correndo atrás", diz. A moça pensa em fazer faculdade de administração de empresas. "Quero subir aqui na Sepac."
O pensamento de Sandra justifica a estatística da Rais de que as mulheres que concluíram o nível superior completo conseguiram emprego com mais facilidade do que os homens na mesma situação. Segundo a pesquisa, houve aumento de 5,69% na quantidade de mulheres com nível superior completo empregadas, enquanto para os homens o aumento foi de 3,44%.
A analista de gestão de pessoas Kathia de Castro, graduada em pedagogia e com três pós-graduações, é um exemplo. Ela conquistou uma vaga na indústria de cosméticos O Boticário, em São José dos Pinhais. "Houve um aquecimento no mercado de trabalho, mas tem que ter preparo", comenta.
A Rais também mostra que as mulheres continuam ganhando menos. Na média, as que concluíram o nível superior ganham 57,19% da remuneração recebida pelos colegas do sexo masculino. A desvantagem se repete em todas as faixas salariais.