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Quanto custa uma formatura?

Salão de festas preparados pela Polyndia. A empresa tem 20 anos de mercado e sempre está “inventando” moda para se manter entre as mais procuradas | Divulgação
Salão de festas preparados pela Polyndia. A empresa tem 20 anos de mercado e sempre está “inventando” moda para se manter entre as mais procuradas (Foto: Divulgação)

Na universidade ou nas escolas, a formatura é um momento de muita expectativa, e os gastos tendem a acompanhar o entusiasmo dos alunos e suas famílias. Segundo um levantamento informal da reportagem da Gazeta do Povo, as despesas com a comemoração podem chegar a R$ 8 mil por estudante em Curitiba, dependendo da quantidade de serviços contratados e do número de formandos. Com a promessa de deixar cada festa única e memorável, as empresas organizadoras inventam cada vez mais atrações, dentro (como duplas sertanejas) e fora dos espaços locados (como limusine para levar e buscar os formandos).

Que o diga Fábio Tam­­­borlin, que formou-se em Direito pela UFPR em fevereiro deste ano e teve uma festa um pouco fora do usual. Os gastos da turma incluíram o tradicional – decoração, banda, convites – e também algumas extravagâncias: cabine fotográfica com revelação instantânea por R$ 1,5 mil e picolé liberado para os formandos por R$ 2 mil. Para a festa, a turma contratou ainda um grupo de dança para animar os convidados. "Realmente valeu a pena. Depois de cinco anos de estudos, esses três dias proporcionaram momentos únicos de alegria."

Para ele, o segredo do sucesso da festa foi pesquisar. "Antes de contratar uma empresa responsável por nos ajudar com a organização, fizemos orçamento com outras dez", conta. No geral, os preços pagos por Fábio não são muito diferentes dos previstos para a turma de Nicole Luy, que se forma no começo do ano que vem. O acréscimo maior, porém, ocorreu no valor do aluguel do Paraná Clube, local escolhido para a festa: de R$ 15 mil para R$ 50 mil. O clube teria mais que dobrado o valor depois de uma reforma do espaço. Nenhum dos dois soube dizer o valor total das despesas, mas a estimativa é que a festança toda fique pela bagatela de R$ 200 mil.

Gasto é menor para festas do ensino médio

Para o ensino médio, as exigências são um pouco menores. Os gastos podem cair pela metade, mas uma festa convencional nunca fica por menos de R$ 100 mil. Em média, o valor por aluno é de R$ 700, com missa, colação de grau e festa, sem jantar, para cerca de dez convidados.

A organização também é feita por empresas especializadas e financiada pelos pais. As escolas só ajudam na intermediação. No colégio Medianeira, os alunos vão gastar R$ 702 neste ano. A missa e a colação são feitas na própria escola, o que reduz os gastos. "Participo da organização há mais de 30 anos, faço tudo com muita satisfação. A gente tende a contratar as mesmas empresas e locais, é um setor que exige muita confiança", afirma Olindo Baggio, auxiliar da coordenação.

Quando o dinheiro dos alunos não dá, a escola organiza rifas e até autoriza os alunos a montar barraquinhas para vender guloseimas, que não são permitidas na cantina.

No colégio Santa Maria, o valor por aluno é semelhante, mas o custo total é bem maior. Somando os convites, a decoração, o cerimonial, a iluminação, as placas de homenagem aos pais e as provisões para cada aluno, a despesa com a cerimônia de colação chega a quase R$ 34 mil. A festa fica em torno de R$ 70 mil. Em um pacote para 140 formandos, cada um vai pagar R$ 706.

Para Everson Ramos, diretor educacional do Santa Maria, a formatura comemora a educação que os alunos levam para toda a vida. "Alguns passam a vida escolar toda com a gente, os amigos que eles têm são daqui. Temos orgulho de participar da formação humana deles", afirma.

Negócio rende contratos de até R$ 800 mil

Tanto nas universidades quanto nas escolas é quase uma regra contratar uma empresa para organizar a festa. Elas têm a obrigação de facilitar a vida dos formandos por conhecerem fornecedores e procedimentos. Custam quase metade do total.

No mercado há mais de 20 anos, a Polyndia aposta em inovações para se manter em destaque. "Na década de 1990 percebemos que a colação era uma cerimônia um pouco entediante. Fomos os primeiros a colocar raio laser, luzes e, mais tarde, telões", afirma o diretor da empresa, Edson Dallagnol. A tendência para este ano, segundo ele, é que as festas tenham, além do já conhecido Open Bar, o serviço de Open Food, que são ilhas de comidas temáticas.

Outra empresa do mercado, a Multi Eventos viu o número de turmas atendidas anualmente dobrar de 2010 para cá. "A colação parece uma peça teatral, dividida em atos, com dois ou três cenários diferentes. Já fechamos contratos de R$ 800 mil, depende muito do que os formandos querem", explica Gabriel Herrera, gerente de vendas.

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