Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Regulamentação

“Quanto menos exceções, melhor”, diz Haddad sobre regras da reforma tributária

“Quanto menos exceções, melhor”, diz Haddad sobre regras da reforma tributária
Haddad apontou que, apesar de não alterar a “lógica” da reforma, as exceções podem impactar na alíquota de referência, estimada em 26,5%. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil.)

Ouça este conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (10) que a equipe econômica defende o menor número de exceções nas regras gerais da regulamentação da reforma tributária. O texto começou a ser analisado pela Câmara dos Deputados.

Entre as mudanças feitas pelos parlamentares no PLP 68/24, está a inclusão de medicamentos populares na alíquota reduzida de 60%. Além disso, a Câmara discute outras demandas de setores e a possibilidade de incluir carne na lista de produtos da cesta básica.

O ministro apontou que, apesar de não alterar a “lógica” da reforma, as exceções podem impactar na alíquota de referência, estimada em 26,5%.

VEJA TAMBÉM:

“Não podemos inverter a lógica da reforma, que é manter a carga tributária. Quanto menor o número de exceções, menor a alíquota. Quanto maior o número de exceções, maior a alíquota. Mas a carga tributária é a mesma. A alíquota padrão pode aumentar com as mudanças, por isso que o posicionamento técnico da Fazenda é quanto menos exceções, melhor”, disse.

Segundo Haddad, a pasta ainda avalia como os medicamentos na alíquota reduzida irá impactar a alíquota geral para os impostos sobre consumo. Ele evitou comentar sobre a inclusão de proteína animal na cesta básica. No momento, este é o maior impasse para a votação do texto.

“Nós enviamos o projeto bem enxuto, com poucas exceções, ou quase nenhuma exceção. Mandamos o projeto de acordo com que entende a área técnica. De novo, fazemos a defesa de critérios e o Congresso se mobiliza em torno de várias causas que sensibilizam os deputados”, disse o ministro.

Impasse da carne

Nesta terça (9), o ministro afirmou que a ampliação do cashback poderia ser uma alternativa à proposta sobre a tributação da carne. O dispositivo garantiria a devolução de tributos a famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

A Receita Federal avalia que colocar carne na cesta básica elevará a alíquota geral do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) em 0,53 ponto percentual, de 26,5% para 27,03%.

A estimativa é um pouco inferior à do Banco Mundial, que prevê um impacto de 0,57 ponto percentual no IVA. Caso o Congresso inclua a carne na lista de exceções, o Brasil terá a maior alíquota do mundo de IVA, superando a Hungria, que tem alíquota de 27%, informou a Agência Brasil.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros