Foz do Iguaçu A redução do número de vôos para Foz do Iguaçu está acentuando a crise no turismo local. Neste semestre, seis linhas aéreas foram canceladas, fator que eliminou cerca de 950 assentos. O reflexo pode ser sentido no número de visitantes do Parque Nacional do Iguaçu, principal atração de Foz, onde o fluxo de turistas este ano, entre janeiro a outubro, caiu 13% em relação ao mesmo período de 2005.
Cinco das linhas aéreas canceladas são da Varig, empresa que enfrentou neste ano sua pior crise, foi vendida e perdeu mercado. A outra linha é da concorrente Gol, que deixou de operar um vôo que saía de Foz para Guarulhos (SP). Atualmente a Gol mantém dois vôos diários na cidade e a TAM, oito, entre chegadas e partidas. A cidade não tem vôos internacionais, ao contrário de Ciudad del Este, no Paraguai, de onde saem dois vôos para destinos sul-americanos, incluindo o Brasil.
O presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Paulo Angeli, diz que a queda do número de vôos na fronteira atinge principalmente o turismo internacional porque 75% dos visitantes estrangeiros de Foz chegam à cidade por via aérea.
Segundo ele, há perspectivas de a Varig voltar a operar com pelo menos três vôos diários e a Gol retomar a linha para Guarulhos. No entanto, até agora nada foi concretizado. Para minimizar os efeitos no setor, as empresas comprometeram-se a operar com vôos charters quando há grandes eventos na cidade que necessitam de mais oferta de assentos.
Para Angeli, além da redução do número de vôos, outros fatores agravantes para o turismo da cidade são a queda do dólar, que deixa o preço das viagens menos vantajoso para os estrangeiros; a mídia negativa gerada pelos constantes conflitos na fronteira relacionados ao contrabando; e também a falta da divulgação da região como destino turístico. No cenário brasileiro a tendência do turismo também é de queda, mas não tão acentuada como em Foz, diz Angeli.
Na avaliação dele a cidade precisa de uma entidade que faça um trabalho conectando as ações do poder público e privado a fim de se estabelecer uma estratégia de divulgação conjunta do turismo. "Até agora o que há são ações individuais", diz.
A mesma opinião tem o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) Regional Oeste, Camilo Rorato. Ele diz que não há uma estratégia integrada para divulgar o turismo na cidade. "Os hotéis estão fazendo divulgação individualmente. Isso custa caro e não atinge os objetivos", salienta.
Segundo Rorato, os hotéis estão sentindo o impacto da retração do fluxo de turistas, em especial os que recebem estrangeiros. Em um deles a queda no movimento chegou a 40%.
Outro problema do turismo para Foz do Iguaçu, de acordo com Rorato, é a exigência de vistos do Brasil para entrada de americanos, canadenses e ingleses. Essa condição, aliada à situação favorável do dólar na Argentina, que está valorizado em relação ao peso, está levando muitos turistas estrangeiros para Buenos Aires e para o lado argentino das Cataratas, deixando de vir a Foz do Iguaçu. Por isso, enquanto o movimento no parque nacional brasileiro cai, devendo fechar o ano com pouco mais de 850 mil turistas, do outro lado da fronteira o movimento aumenta e deve ultrapassar a marca de 1 milhão de visitantes.
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