Levantamento realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que 47% dos consumidores brasileiros já pagou por algum produto que não usou. Foram ouvidos 610 entrevistados nas 27 capitais com alocação proporcional ao tamanho da População Economicamente Ativa (PEA). A margem de erro, segundo o SPC, é de 4,0 pontos percentuais.
Isso acontece, segundo a pesquisa, porque o consumidor brasileiro tende a se preocupar com a imagem que transmite às pessoas do seu convívio, idealizando para si próprio um padrão de consumo que muitas vezes não corresponde ao orçamento pessoal.
Por esse motivo, três em cada dez entrevistados já se sentiram discriminados por um vendedor e acabaram comprando o produto para provar que tinham condições financeiras de arcar com o custo.
Outros 21% dos entrevistados disseram que costumam acompanhar familiares ou amigos a lugares que extrapolam seu próprio orçamento apenas para "não fazer feio". Considerando apenas as classes C, D e E, o percentual é de 24%. Já entre as classes A e B, de 15%.
Dívidas
Seis em cada dez entrevistados admitem que já ficaram endividados por adquirir algum bem que não precisavam ter comprado.Do total de entrevistados, 33% confessam que já deram um presente muito acima de seu orçamento apenas para impressionar o presenteado.
"Várias das conclusões do estudo reforçam a constatação de que o brasileiro tem satisfação em gastar o seu salário logo que recebe", diz Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil.
Para ele, o consumo impulsivo tem levado fatias expressivas da população ao descontrole do orçamento doméstico e a inadimplência.
"Consumir é, sem dúvida, um ato de prazer. Porém, muitos pagam um alto preço pelo consumo por impulso, especialmente as camadas de menor renda", afirma. "Falta uma política de maior difusão do consumo consciente, não somente para educar as pessoas que hoje estão tendo mais acesso a crédito, mas também para orientar as novas gerações desde cedo", acrescenta.
A maior parte dos gastos declarados pelos entrevistados se refere a itens básicos de primeira necessidade, como alimentação (67%) e moradia (49%). Veículos correspondem a 35% dos gastos declarados, e roupas, 28%.
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