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A forte queda nos preços das commodities agrícolas no atacado comandou a desaceleração da primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que caiu 0,01% em agosto, ante aumento de 1,55% em igual prévia do índice em julho. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O economista observou que, de uma maneira geral, atacado, varejo e construção civil contribuíram para o cenário de deflação na primeira prévia. Porém, foram os produtos agropecuários no atacado que mais influenciaram o resultado, segundo o economista.

Quadros informou que houve quedas nos preços de soja em grão (-8,47%); bovinos (-0,97%); e milho em grão (-6,12%). Somente esses três produtos foram responsáveis por 73% da desaceleração do Índice de Preços por Atacado (IPA), que foi de +1,97% para -0,24%. O IPA tem maior peso no cálculo do IGP-M, representando 60% do total do índice. "Mas não significa que somente as commodities (matérias-primas) registraram queda ou desaceleração no atacado. Outros produtos agropecuários também contribuíram para a deflação do IPA", afirmou o economista, comentando que o cenário de preços em queda ou subindo menos está bem espalhado no setor atacadista. É o caso por exemplo de leite in natura (-2,84%); e tomate (-14,42%).

As quedas e desacelerações de preços nas matérias-primas (commodities) no atacado também influenciaram fortemente a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mensura a inflação do varejo (de 0,42% para 0,07%). Quadros lembrou que itens como soja, bovinos e milho possuem uma cadeia de produtos derivados bem extensa, e com bastante impacto junto ao consumidor. O cenário bem comportado no setor de alimentos no atacado acabou por ajudar na queda de 0,59% no setor de alimentos no varejo, na primeira prévia do IGP-M de agosto. "A deflação no grupo Alimentação foi o que mais contribuiu para a desaceleração do IPC", acrescentou.

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