A queda de braço entre o governo federal e a Petrobras relativa ao reajuste dos combustíveis impactou o mercado nesta sexta-feira (17). Ao longo de todo o dia, declarações do presidente Jair Bolsonaro e outros políticos sobre o reajuste de 5,18% na gasolina e de 14,26% no diesel tiveram impacto direto na queda da Bolsa de Valores, puxadas pelas ações da Petrobras, e na alta do dólar.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, teve queda de 2,90%, encerrando o dia em 99.824,94 pontos. É a primeira vez desde 4 de novembro de 2020 que o Ibovespa fecha abaixo dos 100 mil pontos. Na semana, a Bolsa fechou com queda de 5,36% - a terceira semanal consecutiva.
Os papéis da Petrobras na Bolsa também tiveram desvalorização nesta sexta-feira com o cenário de turbulência política-econômica. A ação ordinário da petrolífera (PETR3) caiu 7,31%, fechando a cotação a R$ 29,91. A ação preferencial (PETR4) caiu 6,88%, cotada a R$ 27,08.
Já o dólar comercial subiu 2,35% no fechamento do mercado, cotado a R$ 5,144. Na semana, a moeda teve alta acumulada de 3,12%. É a terceira vez consecutiva de alta semanal. A alta também tem impacto da recente decisão do Federal Reserve americano de intensificar a elevação dos juros nos Estados Unidos.
Os novos preços dos combustíveis passam a valer nas refinarias a partir deste sábado (18). Com o reajuste de 5,18%, o litro da gasolina vai de R$ 3,86 para R$ 4,06. O diesel terá alta de 14,26%, subindo de R$ 4,91 para R$ 5,61. O valor do gás foi mantido. O valor a ser cobrado do consumidor na bomba depende dos impostos e das margens de lucro das distribuidoras.
A gasolina estava há 99 dias sem reajuste. Enquanto que o diesel não tinha o preço majorado há 39 dias. Em nota, a Petrobras diz ser sensível ao momento que o Brasil e o mundo passam e "compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos".
"Nesse sentido, a companhia tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio", defende a petrolífera em nota.
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