Foz do Iguaçu Caminhões com cargas do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile formaram ontem uma fila de aproximadamente 10 quilômetros na BR-277, entrada de Foz do Iguaçu, em razão do atraso no desembaraço de mercadorias na Estação Aduaneira e Interior (Eadi-Sul). O transtorno foi provocado pela queda de um raio no domingo à noite no porto seco, durante uma chuva, causando pane no sistema de informática da Receita Federal (RF) e nas três balanças disponíveis para pesar os caminhões.
Duas balanças deixaram de funcionar no domingo, e uma durante 40 minutos na noite de segunda-feira, horário em que é realizada a operação noturna para liberação de cargas de soja. Segundo a RF e a administração da Eadi, o sistema já foi normalizado. Mas os caminhões só podem ser liberados após pesagem e registro de dados pelas balanças.
O gerente da Eadi-Sul, Wanderlei Novakoviski, diz que as duas balanças atingidas pelo raio no domingo voltaram a funcionar na segunda-feira à tarde. A fila continuou ontem em razão do número de veículos que aguardava liberação. "Houve um acúmulo no fluxo na segunda, mas a liberação já está normal", diz. Ainda não se sabe exatamente o local em que o raio caiu, mas nos próximos dias fica pronto um laudo sobre o acidente. O gerente da Eadi afirma que é raro a ocorrência de panes nas balanças.
O acúmulo de caminhões fez com que o pátio da Estação ficasse lotado ontem. Até o final da tarde haviam sido liberados 590 veículos a capacidade do pátio é de 690. A previsão para hoje é que não haja mais filas.
O motorista argentino Luiz Silva, 49 anos, havia completado ontem 24 horas na fila. Ele chegou a Foz na segunda-feira às 15 horas e não tinha perspectiva de entrar na Eadi tão cedo. O motorista diz que a situação está difícil porque não há banheiro disponível nem local apropriado para fazer refeições. No momento, Silva transporta móveis de Arapongas para Rosário, na Argentina um trajeto de 1,3 mil quilômetros a partir da fronteira de Foz e reclama da falta de informações e atenção da administração da Eadi. "Não há explicação de ninguém", diz.
Nesta época, com a chegada das festas de final de ano, o movimento de caminhões aumenta na Eadi. O entreposto, próximo à Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai, é responsável pelo desembaraçado de cargas de importação e exportação procedentes da Argentina, Paraguai, Brasil e Chile, em sua grande maioria.