Viagens - Brasileiro viaja mais com dólar barato
Com o dólar em patamares cada vez mais baixos, a situação é "fantástica" para agentes de viagem e passageiros, afirma o diretor financeiro da Associação Brasileira das Agências de Viagens no Paraná (Abav PR), Geraldo Zaidan Rocha. "A procura está muito grande. O que nos impede de vender mais é a falta de lugar nos aviões, tanto de empresas nacionais quanto internacionais", diz.
Segundo o diretor, a venda de passagens para os Estados Unidos já cresceu 15% em relação ao ano passado e, para a Europa, a procura aumentou 20%. "As pessoas estão optando pelos destinos internacionais porque a diferença de preço é muito pequena." Uma viagem de uma semana para a Flórida (EUA), por exemplo, está custando cerca de R$ 2,5 mil, segundo Rocha, e para Fortaleza não sai por menos de R$ 1,5 mil.
Por outro lado, a Associação Brasileira de Turismo Receptivo Internacional (BITO) lembra que a baixa do dólar prejudica a entrada de turistas estrangeiros no país. (CS)
Enquanto acompanha os lamentos do setor produtivo que vê a competitividade dos seus produtos diminuir diante dos importados o consumidor espera que a desvalorização do dólar se transforme em benefício para o seu bolso, derrubando preços e tornando possíveis viagens internacionais.
Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a queda do dólar já derrubou em 73% o preço dos telefones celulares nos últimos três anos (22% nos últimos 12 meses). No mesmo período, as tevês ficaram 32% mais baratas, e os microcomputadores, 33%.
No que diz respeito aos alimentos importados, no entanto, a nova cotação da moeda norte-americana, abaixo da casa dos R$ 2, só deve ser sentida em alguns meses. "A queda vai chegar ao consumidor dentro de três meses, mais ou menos, quando formos repor os estoques com câmbio menor", estima o proprietário da Adega Curitibana, Cesar Heiden Júnior.
O empresário Luis Carlos Pavanello, da Casa da Azeitona, loja especializada em produtos importados, também acredita numa redução apenas para as compras para o estoque de Natal de azeitonas, castanhas e bacalhau. "Vendemos hoje o que foi negociado há quatro, cinco meses. Por isso os produtos não ficam mais baratos imediatamente."
Mas Heiden Júnior, da Adega Curitibana, lembra que a desvalorização do dólar que segue pelo menos desde 2004, quando foi negociado a mais de R$ 3 já barateou o preço de muitos vinhos. "Tenho rótulos que estão até 50% mais baratos." A queda é sentida principalmente nos produtos mais caros. "Estamos vendendo muito vinho. Então as importadoras não baixam o preço dos mais baratos."
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