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Combustíveis

Queda do álcool na usina chega aos postos

Trailer | Divulgação/RKO Radio Pictures Inc.
Trailer (Foto: Divulgação/RKO Radio Pictures Inc.)

A queda no preço do álcool, que nas usinas vinha sendo registrada desde o início de maio, parece enfim ter chegado ao bolso dos motorista paranaense. Em todo o estado, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o combustível ficou 7,11% mais barato na bomba na semana passada, em relação a última semana de maio. Nos postos de Curitiba, a redução no período foi maior: 8,87%.

A redução do preço chega ao consumidor com um atraso de um mês em relação à usina, onde ele começou a despencar no fim de abril. Só em maio, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, o álcool hidratado ficou 30% mais barato no produtor. Nas últimas três semanas, no entanto, a redução foi de apenas 2,9% – com o preço em torno de R$ 0,60. "Nas usinas dificilmente continuará caindo, porque a variação tem sido mínima. Mas pelo visto, para o consumidor ainda existe uma tendência de queda, já que o repasse não foi imediato", diz o superintendente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Adriano da Silva Dias.

Em Curitiba, tomando-se por base um levantamento feito ontem pela Gazeta do Povo em 17 postos, o álcool ficou 7% mais barato na última semana. O preço médio encontrado nos postos da região Norte e Central da cidade (Boa Vista, Barreirinha, Bom Retiro, Ahú, Alto da XV e Alto São Francisco) foi de R$ 1,27, contra R$ 1,366 registrados pela ANP até 15 de junho. O preço nas bombas vai de R$ 1,159, no posto Fox da Avenida Souza Naves, até R$ 1, 499, no revendedor BR da via rápida Centro-Santa Cândida.

De acordo com o dono do posto Arabian, na Barreirinha, Ricardo Helal, o álcool tem baixado cerca de três centavos por semana. "Na próxima segunda-feira, deve haver mais uma baixa de R$ 0,03", prevê. Mas a alegria do consumidor não deve durar muito, avalia Helal. A tendência agora é de estabilizar. "As distribuidoras já baixaram tudo que queriam baixar."

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, também não aposta na continuidade da baixa do álcool hidratado. "Já vem caindo gradativamente desde o mês passado, conforme vem o repasse da distribuidora. De uma semana para cá, os preços mais baixos estão estagnados." Segundo Fregonese, o preço do álcool nas distribuidoras varia hoje entre R$ 1,05 e R$ 1,30. "Só nas distribuidoras que vêm praticando os preços mais altos ainda há espaço para queda."

A forte queda do preço do álcool nas usinas entre abril e maio foi atípica, segundo o superintendente da Alcopar. "O auge da safra costuma ser agosto, mas eles anteciparam a oferta este ano e o preço foi pressionado para baixo", explica Dias. A mudança não tem causa climática, mas econômica. "Foi por interesse das usinas, que estavam com uma necessidade de caixa maior", diz o superintendente.

Outros estados

O Paraná tinha na semana passada, segundo comparativo da ANP, o quarto melhor preço médio de álcool do Brasil, a R$ 1,383 o litro. O estado fica atrás de Mato Grosso (R$ 1,304), São Paulo (R$ 1,325) e Goiás (R$ 1,363). O Pará é o estado que tem o álcool mais caro do país: R$ 2,188 o litro.

A diferença de preço entre álcool e gasolina nas bombas de Curitiba compensa a escolha pelo álcool nos carros flex. O álcool está custando em média 55% do preço da gasolina, que vem sendo vendida a R$ 2,28 na maioria dos postos. O limite de diferença para a escolha é de 70% do valor da gasolina, devido a diferença de rendimento entre os dois combustíveis.

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