A venda de pacotes turísticos na Argentina se paralisou na última semana por causa da brusca desvalorização do peso e da flexibilização das restrições cambiais por parte do governo, informaram fontes do setor.

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"O negócio se paralisou. Há consultas, mas não estão concretizando operações", detalhou Gastón Kulik, agente de vendas da empresa de turismo Babylon.

Segundo Kulik, existe "incerteza sobre o valor do dólar", que estava cotado hoje a 8,02 pesos por unidade após se desvalorizar mais de 34% este mês e "as pessoas estão esperando para ver se a situação se estabiliza para comprar".

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O diretor da Buzios Tours Business Adicional, Andrés Schwartzman, comentou que o freio temporário nas vendas foi influenciado também pela indecisão do governo, que primeiro anunciou que reduziria de 35% a 20% o novo imposto sobre as operações turísticas e dois dias depois voltou atrás.

"O povo está especulando, não sabe o que fazer, porque houve variáveis que foram para trás ou para adiante e estão esperando para ver se o (imposto) volta a 20%, a 25%, se sobe a 50%, se o dólar baixa...", declarou Schwartzman.

A desvalorização do peso aumentou o preço das viagens internacionais, fixados em dólares, e provocou um aumento do turismo interno em detrimento do exterior. "Se retraiu muitíssimo a venda dos pacotes ao exterior", afirmou Mónica Pellazzia, gerente da Confluência viagens. Kulik acrescentou que também há mudanças nas viagens ao exterior, onde destinos mais custosos, como Caribe e México, são trocados por outros mais econômicos, como o Brasil, mas destacou que a redução da demanda foi acompanhada de "um descenso dos preços em dólares".

O diretor da Buzios Tours Business Adicional ressaltou que grande parte dos pacotes turísticos para os próximos meses foram vendidos há meses e os efeitos da desvalorização do peso serão mais visíveis na segunda metade do ano.

O peso se desvalorizou este mês mais de 34%, sua maior queda em mais de uma década, e aumentou a ameaça inflacionária na Argentina, que poderia chegar a 30% este ano, segundo estimativas privadas.

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Após a depreciação da moeda argentina, o governo voltou a autorizar na segunda-feira passada a compra de dólares para a poupança, mas manteve intacto o novo imposto de 35% para os pacotes turísticos internacionais e para a compra de cartões no exterior.