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Atividade econômica

Queda do PIB contrariou previsão do governo, que destaca “qualidade do crescimento”

O Ministério da Economia esperava alta de 0,4% do PIB no terceiro trimestre, mas o IBGE informou queda de 0,1%. (Foto: Edu Andrade/Ascom/ME)

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O governo optou por destacar a "qualidade do crescimento" ao comentar os dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira (9), que revelaram a segunda queda trimestral consecutiva no PIB – situação que economistas descrevem como recessão técnica.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia projetava um crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre em relação ao segundo, mas o IBGE informou um recuo de 0,1%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, a economia cresceu 4%. A expectativa da SPE era de variação de 4,8%.

Em nota sobre o resultado, a SPE destacou os avanços das taxas de poupança e investimento, disse que os dados recém-divulgados são passíveis de revisão e defendeu que se diferencie o que é política econômica de "fatores climáticos adversos e pontuais da natureza", em referência à maior crise hídrica em mais de 90 anos.

"A taxa de poupança chegou a 18,6% do PIB no terceiro trimestre, retornando ao nível do mesmo trimestre de 2014. Por sua vez, a taxa de investimento atingiu 19,4%, retomando o patamar do começo da década passada", ressalta o texto da equipe econômica.

Ao comentar o que chama de "qualidade do crescimento", a SPE disse o seguinte: "Se até 2013 o investimento era, em grande parte, financiado com recursos públicos, hoje o investimento é financiado majoritariamente pelo setor privado: os recursos, através de decisões do setor privado, vão para onde é mais eficiente e não mais para onde o Estado determina. A redução de direcionamento de crédito é fundamental para retomada do investimento".

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A nota da equipe do ministro Paulo Guedes também ressalta o desempenho negativo do agronegócio, decisivo para o recuo trimestral. A retração foi provocada por produtos de lavoura como milho, laranja e cana-de-açúcar.

A SPE previa estabilidade dessa atividade em relação ao segundo trimestre e alta de 1% sobre o mesmo período do ano passado, porém o IBGE revelou variações de -8% e -9%, respectivamente. "Se fosse zerada a variação da agropecuária na margem, o PIB cresceria na ordem de 0,3% a 0,4% no 3T21 em relação a 2T21", diz o texto.

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