Brasília e São Paulo - Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus aumentaram novamente a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) para este ano. A estimativa passou de -0,34% para -0,38%. Apesar do maior pessimismo, o número ainda está abaixo da queda de 0,5% prevista na pesquisa realizada há quatro semanas.
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, no entanto, reiterou ontem sua previsão, feita no início do ano, de que o Brasil crescerá 2% em 2009 e gerará 1 milhão de empregos. "Insisto em 2%. O ano não terminou", disse Lupi, que acredita que o PIB nacional poderá crescer entre 2,5% e 2,8% no segundo semestre. "Aos pessimistas cabe apenas lamentar. Aos otimistas, achar que o amanhã será melhor."
Lupi ponderou que o emprego terá uma recuperação mais lenta na indústria, mas deve crescer com força no comércio e na agricultura. Ele adiantou que os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho virão "melhores" que os de junho. O ministro descartou novas medidas para prorrogar o tempo de pagamento de seguro-desemprego.
Outros números
Além das estimativas sobre a geração de riquezas, a pesquisa Focus divulgada ontem traz uma melhora em relação aos indicadores de inflação. A previsão para o IPCA, que serve como meta para o BC, passou de 4,53% para 4,50%, exatamente no centro do alvo da autoridade monetária.
Em relação à taxa básica de juros, foi mantida a previsão de que a Selic deve continuar inalterada até 2010, quando os juros voltariam a subir. Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, de 9,25% para 8,75% ao ano. A expectativa é que os juros voltem a subir no ano que vem, para 9,25% ao ano.
Houve melhora na expectativa em relação à produção industrial, de uma retração de 6,29% para um resultado negativo de 6% neste ano. A estimativa para o dólar no fim de 2009 caiu de R$ 1,95 para R$ 1,90. A pesquisa mostra também uma melhora em relação ao superávit da balança comercial (de US$ 23 bilhões para US$ 23,1 bilhões).