A desaceleração no consumo das famílias no primeiro trimestre de 2014 já era esperada, diante do forte recuo da confiança do consumidor no período, afirmou nesta sexta-feira (30) a economista Viviane Seda, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). "A queda da confiança já ocorre há algum tempo. Há redução no ímpeto de compras", disse Viviane, que é coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Segundo a FGV, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) acumulou recuo de 3,6% nos três primeiros meses deste ano. Em igual período, o consumo das famílias medido no Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% em relação ao quarto trimestre de 2013.
De acordo com a economista, a insegurança no ambiente econômico, a inflação em alta e a elevação da taxa de juros, que encareceu o crédito, foram fatores que influenciaram a confiança dos consumidores neste início de 2014. E o clima para o segundo trimestre não é nada animador. O ICC aprofundou a queda e acumula retração de 4,1% nos meses de abril e maio. "Não temos perspectiva de recuperação ainda", disse Viviane, referindo-se ao resultado de junho, que será conhecido no dia 26 do próximo mês.
"O consumidor mostra insatisfação com a situação atual e otimismo reduzido em relação ao futuro. Não tem nenhum fator que sugira mudança. Pelo que temos observado na sondagem, o consumo das famílias no segundo trimestre deve mostrar estabilidade ou desaceleração ainda maior", disse Viviane.
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