O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, previu nesta terça-feira (13) que a redução na safra de grãos brasileira será um pouco maior que os 5% previstos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa quebra de safra maior deverá ocorrer, segundo ele, em razão das condições climáticas no Paraná, em grande escala, e em menor escala em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.
Ele destacou, porém, que não houve redução da área plantada, mas admitiu que a diminuição de 6% do uso de fertilizantes é um dos fatores também para a redução da produção agrícola. Com os preços mais altos dos fertilizantes, os agricultores diminuíram o uso desses produtos.
Preocupação
Ao deixar o Ministério da Fazenda, onde se reuniu com o ministro interino Nelson Machado, Stephanes reconheceu que o desemprego na agricultura preocupa. "O que tem que ficar claro é que sempre que a agricultura vai bem o emprego vai bem na área dos pequenos municípios", disse.
Segundo o ministro, o emprego em cerca de 4 mil dos 5,6 mil municípios do País depende do sucesso da agricultura. "Temos que entender isso, que a agricultura tem um papel dinâmico junto aos municípios brasileiros", afirmou Stephanes.
Segundo ele, o governo está trabalhando para manter a agricultura "rodando" mesmo em momentos de dificuldade e crise. Stephanes não soube informar qual é o desemprego previsto para o setor agrícola em 2009.
Comercialização da safra
O ministro destacou que o governo está acompanhando dia a dia o quadro do setor para garantir os recursos para a comercialização da safra. Stephanes afirmou que será necessária a intervenção do Estado em alguns mercados para a comercialização, com o uso de contratos de opções de compra e financiamentos. O ministro disse acreditar que em alguns produtos como a soja não seja necessária essa intervenção.
Segundo ele, o ministério tem R$ 5 bilhões previstos para utilizar em medidas de intervenção para apoio à comercialização da safra. O ministro disse que, nos próximos 15 dias, os ministérios da Fazenda, Planejamento e Agricultura vão se reunir para definir os recursos para comercialização de cada produto.