No primeiro pronunciamento após ter sua indicação ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior confirmada ontem pelo Planalto, o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) afirmou que a queda de 10% na exportação de produtos industrializados neste ano preocupa. O futuro ministro é o quarto escalado oficialmente para compor o gabinete do segundo mandato de Dilma, e passa a despachar, desde já, ao lado de seu antecessor, Mauro Borges.
Ontem, Monteiro prometeu uma "política de comércio exterior mais ativa", com ampliação de acordos com parceiros estratégicos e mais investimento na renovação do parque industrial, com apoio de bancos públicos. Ressaltou ainda que trabalhará para destravar o comércio com Chile, Colômbia e outros países da América do Sul, além do Mercosul, e para reduzir o tempo de despachos nas aduanas brasileiras, simplificando as operações.
Em seu discurso, ele colocou como desafios centrais de sua gestão promover a competitividade, reduzir custos e elevar a produtividade da indústria brasileira. Também prometeu buscar medidas que não demandem "muito esforço fiscal", como desburocratização e aperfeiçoamento do ambiente regulatório e tributário.
Críticas
Em um momento de críticas ao sistema tributário brasileiro, à burocracia e à infraestrutura vindas sobretudo da indústria, Monteiro ressaltou que sua missão é aprofundar a interlocução do governo com o setor. "A indústria tem papel central na agenda de crescimento do país. Não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo. Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho", afirmou, frisando a relação da atividade industrial com criação de empregos qualificados e desenvolvimento tecnológico.
O senador, que comandou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2002 a 2010, perdeu, neste ano, a disputa pelo governo do Estado de Pernambuco.