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Mercado financeiro

Quedas “além da imaginação” levam 9 BCs a reduzir os juros

Operadores da BM&F, em São Paulo: mercado viveu mais um dia tenso ontem. | Paulo Whitaker/ Reuter
Operadores da BM&F, em São Paulo: mercado viveu mais um dia tenso ontem. (Foto: Paulo Whitaker/ Reuter)

A crise ganhou ontem proporções incendiárias no mercado financeiro global, com a Bolsa de Tóquio perdendo 9,38% – a maior queda dos últimos 21 anos –, o que, nas palavras do primeiro-ministro japonês, Taro Aso, foi algo "além da imaginação". A declaração do chefe de governo poderia também ser aplicada ao que ocorreu depois. Nove bancos centrais decidiram cortar os juros básicos para conter a crise. Além disso, novos planos de ajuda ao sistema financeiro e de garantia aos depósitos vão sendo anunciados, como no Reino Unido, Itália e Hungria. Mas, à medida que governos e instituições agem, em conjunto ou isoladamente, mais focos de incêndio aparecem.

O corte coordenado na taxa de juros pelos bancos centrais dos Estados Unidos, China, da Zona do Euro (que engloba 15 países), Reino Unido, Canadá, Suíça, Hong Kong, Emirados Árabes e Suécia, embora tenha sido visto como um passo na direção certa, não foi suficiente para acalmar os investidores nas principais praças financeiras, com as bolsas de valores despencando em todo o mundo.

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechou em queda de 3,85%, aos 38.593 pontos, após ter operado entre uma baixa de 6,33%, verificada durante a manhã, e alta de 0,75%, no meio da tarde. A cotação de ontem é a menor desde 11 de outubro de 2006.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 2%, o S&P-500 recuou 1,14% e o Nasdaq Composite perdeu 0,83%. Nas máximas, o Dow chegou a subir 1,92% e o S&P-500, 2,49%, mostrando o dia de montanha russa do mercado acionário. Na Europa, após a ação dos BCs, o londrino FTSE 100 caiu 5,18%. O CAC-40, de Paris, perdeu 6,31%. Em Frankfurt, o DAX cedeu 5,88%.

A redução dos juros comandada pelos BCs, conforme chamou a atenção o economista de um banco estrangeiro, em e-mail a clientes, "pode contribuir, em parte, para restabelecer a confiança (que é a questão fundamental). Mas, como disse o Banco da Inglaterra, não resolverá o problema de fundo, que continua a ser a necessária recapitalização dos bancos".

"Parece ser um cabo-de-guerra entre os touros (aqueles apostam na alta dos preços) e os ursos (aqueles que apostam na queda das cotações)", disse Robert Olman, presidente da Alpha Search Advisory Partners, sobre a oscilação em Wall Street. "O que estamos assistindo é uma completa falta de convicção de todos sobre para onde mercado está indo."

Ações isoladas

Os governos da Europa continuam anunciando ações isoladas contra a crise. Pela manhã o ministro de Finanças britânico, Alistair Darling, disse que o Tesouro gastará até 50 bilhões de libras esterlinas (US$ 87,69 bilhões) para reforçar o capital das instituições locais por meio da compra de ações preferenciais.

O ministro de Finanças da Hungria, Janos Veres, anunciou a garantia ilimitada dos depósitos bancários, como já haviam feito países como Áustria e Alemanha. Na França, os bancos Caisse d’Épargne e Banco Popular anunciaram negociações oficiais para uma fusão. E na Itália, o governo aprovou uma lei de emergência que cria um fundo de estabilização que pode ser acessada por bancos italianos, caso eles enfrentem problemas de liquidez. O governo também elevará as garantias totais a depósitos de 20 mil euros para até 103 mil euros.

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