Considerado um “menino de ouro” pelo presidente Lula (PT), o economista Gabriel Galípolo foi escolhido para substituir Roberto Campos Neto no comando do Banco Central. A indicação, anunciada nesta quarta-feira (28), confirmou o favoritismo do economista de 42 anos para a vaga.
Se for aprovado pelo Senado, ele será o presidente da autarquia entre 2025 e 2028. Galípolo foi o “número 2” do ministro Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, quando atuava como secretário-executivo da pasta. Em maio do ano passado, foi indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do BC.
Entre 2017 e 2021, foi presidente do Banco Fator. Ele se aproximou da cúpula petista no final de 2021, antes da pré-campanha eleitoral, atuando como conselheiro econômico. Após a vitória de Lula, fez parte do governo de transição e se tornou o braço direito de Haddad.
Decisões do Copom geraram dúvidas sobre indicação
Em maio deste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) desacelerou o ritmo de cortes ao reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual. Na ocasião, a Selic foi fixada em 10,50% ao ano. Desde agosto do ano passado, o Copom mantinha o patamar de corte em 0,5 ponto percentual.
A decisão dividiu o colegiado, com os indicados de Lula, inclusive Galípolo, que foram contra a desaceleração e os indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre eles Campos Neto, defendendo o freio nos corte da Selic.
As criticas do chefe do Executivo ao atual presidente da autoridade monetária se intensificaram. Um mês depois, entretanto, o Copom interrompeu o ciclo de cortes da Selic por unanimidade, apesar da pressão do governo.
A indicação de Galípolo ao comando do BC, que já era o principal cotado para o cargo, foi colocada em dúvida. Uma semana após a decisão, Lula reforçou as críticas a Campos Neto, mas afirmou que o diretor de Política Monetária era um “menino de ouro” com “todas as condições” para presidir a instituição.
As decisões recentes do Copom, que contrariaram o governo, foram bem recebidas pelo mercado financeiro e ressaltaram o compromisso da autoridade monetária com a meta de inflação. No último dia 19, Galípolo afirmou que “jamais” se sentiu pressionado por Lula a tomar “qualquer tipo de atitude” por ter sido indicado pelo governo petista para a diretoria do BC.
Atuação no setor público
Começou a atuar no setor público em 2007, no governo de José Serra (PSDB) em São Paulo, chefiando a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Em 2008, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos e PPPs da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.
Galípolo se formou em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). De 2006 a 2012, lecionou na mesma instituição em disciplinas como Economia Brasileira Contemporânea, Macroeconomia, entre outras. Também deu aulas no MBA da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e na London School of Economics and Political Science.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast