Paraná
Em Curitiba, o salário médio cresceu 9,8% em três anos
Angieli Maros
Entre 2008 e 2011, o salário médio real em Curitiba teve um aumento de 9,8%. O crescimento ficou acima da média nacional, que teve um acúmulo no mesmo período de 5,7%. Há dois anos, o salário médio mensal da capital paranaense era de 4,1 salários mínimos, também maior que a média nacional que, na época, era de 3,3 salários mínimos.
Segundo o Cempre, do total de 5,1 milhões de empresas e outras organizações formais ativas no país em 2011, 428.128 ou 7,7% estavam instaladas no Paraná. À época, o estado possuía 3,38 milhões de trabalhadores, com um salário médio mensal de 3 salários mínimos.
No período pesquisado, o setor de construção civil foi o que mais cresceu na capital paranaense: 2%. No mesmo período, a quantidade total de empregados município passou de cerca de 762 mil para quase para 876 mil.
Apesar do crescimento em destaque das atividades de construção em Curitiba, em 2011 o setor que absorvia a maior parte dos empregados assalariados da cidade era o de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 17,8% dos empregados. O setor de educação ocupava o segundo lugar, com 12,5% dos assalariados curitibanos.
A diferença média de salário entre os brasileiros que têm diploma e os que não têm era de 219,4% em 2011, segundo dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa reúne 5,1 milhões de empresas e organizações formais ativas, públicas e privadas, em todo o país. Segundo os dados, há dois anos, 82,9% dos assalariados no país não possuíam curso superior, enquanto 17,1% tinham graduação. Trabalhadores com nível superior ganhavam, em média, R$ 4.135,06 por mês, enquanto que os demais tinham um salário médio de R$ 1.294,70.
INFOGRÁFICO: Veja a dinâmica salarial de ocupação do país
De acordo com Denise Guichard, gerente de análise do Cempre, o elevado porcentual de empregados sem nível superior se deve, principalmente, ao fato de os serviços terem ampliado sua participação na atividade econômica brasileira. Esse tipo de atividade, em geral, demanda profissionais menos qualificados.
"O comércio se manteve pelo segundo ano consecutivo como o segmento que mais gerou empregos formais no país. Esse tipo de atividade costuma contratar gente com menor nível de escolaridade e por isso o porcentual elevado nessa categoria", afirmou.
Salário
A pesquisa revelou também que o salário médio do brasileiro cresceu 8,7% em termos reais (acima da inflação) entre 2008 e 2011. No período foram gerados 6,8 milhões de novos vínculos empregatícios.
No ano de 2011, o comércio foi o setor que mais absorveu mão de obra. O segmento foi responsável pela ocupação de 8,5 milhões de pessoas, 18,9% do total de empregados. A indústria de transformação veio em segundo lugar, dando ocupação para 8,2 milhões (18,2%), seguida pela administração pública, com 7,7 milhões (17%).
No mesmo ano, os salários mais altos foram registrados no setor de eletricidade de gás, com média mensal de R$ 5.567,73, seguido pelo setor financeiro, de seguros e serviços relacionados, com média de R$ 4.213,65 por mês. Em relação à natureza jurídica, a administração pública segue pagando os melhores salários do país. Pelo Cempre, o salário médio no setor público em 2011 foi de R$ 2.478,21, contra R$ 1.592,19 em entidades empresariais e R$ 1.691,09 em entidades sem fins lucrativos.
Gênero
Na comparação entre homens e mulheres, o levantamento constatou que, entre 2010 e 2011, o aumento do número de mulheres ocupadas foi superior ao de homens: 5,7% e 4,7%, respectivamente. Mas os homens ainda são maioria entre os trabalhadores: 57,7%.
No quesito remuneração, os homens continuam ganhando mais, com salários 25,7%, em média, maiores que os das mulheres.
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