Desperdício, o grande inimigo das finanças
Para economizar mesmo, alerta a professora Ana Paula Cherobim, o ideal é não comprar demais, comida principalmente. "As pessoas não precisam ir ao supermercado e agir como se a comida do mundo fosse acabar naquela sexta-feira, isso é desperdício", explica. Quanto mais comida em casa, maior a quantidade a ser gerenciada é também a possibilidade de algo ir para o lixo desnecessariamente. Os moradores da casa precisam saber o que tem na geladeira e na despensa e quando os produtos vão vencer. E cozinhar pensando como aquela comida pode ser reciclada depois em um lanche, na janta, ou até em um prato diferente no almoço do dia seguinte.
Já que vai cozinhar, uma dica é fazer a mais e congelar o prato pronto mesmo. Quase tudo que é feito com molho, strogonoff, bobó, carne de panela, molho de tomate, sopa, pode ser descongelado normalmente, para o consumo imediato, sem prejuízos ao sabor original. Também é possível congelar, além do feijão, as porções de arroz para a semana, mas, nesse caso, a economia maior é de tempo.
Mas não adianta nada economizar em tudo e não controlar o consumismo desmedido. "Algumas famílias vão a um hipermercado para comprar mais barato, perdem tempo comparando preço. Mas saem dali vão fazer um lanche e gastam sem pensar os R$ 20, R$ 30 que sofreram para economizar", conclui Ana Paula.
No carro
Manter o carro em dia ajuda a poupar combustível
Manter a calibragem dos pneus e trocar o filtro de óleo regularmente pode ter efeito considerável no consumo de combustível. Isso porque pneu murcho tem mais aderência ao asfalto e consome mais. Evitar o congestionamento é uma recomendação difícil de cumprir, mas as rotas alternativas, mesmo mais distantes podem ser melhores porque acelerar e frear demais o carro eleva o consumo.
Mas é bom sempre ter em mente uma rota antes de sair de casa, ficar se perdendo, como é costume de alguns desorientados, é desperdício na certa, de tempo e de dinheiro. Câmbio mecânico também economiza combustível, com relação ao automático.
Pequenas mudanças de hábito podem ter impacto de até 20% no orçamento familiar, afirmam especialistas. "O primeiro grande passo para fazer com que as mudanças de hábito tenham efeito prático de economia é um motivador, reunir a família pelo sonho. Não adianta reduzir de um lado e gastar mais do outro e nem ser apenas a vontade dos pais", afirma Reinaldo Domingos, educador financeiro e presidente do DSOP. Ele sugere incentivar com presentes os filhos que economizarem ou estabelecer objetivos, como uma viagem em família.
Depois de definir os sonhos em comum é preciso saber quanto eles custam e quanto precisa ser economizado, em quanto tempo. Daí pra frente o orçamento familiar vai priorizar os sonhos e desejos, e não as despesas. Depois de separar a quantia necessária para cumprir a meta coletiva começa um trabalho de apontamento de despesas, que devem ser acompanhadas por pelo menos trinta dias. Precisa descobrir quanto, onde e como a família gasta. "É um exercício de fazer mais com o mesmo. Muitas pessoas fazem lista de despesas, isso não é controle. Quando você faz um controle, enumera gastos por categoria, como alimentação que inclui: mercado, padaria, feira, açougue; ou transporte: carro, seguro, IPVA, combustível. Assim dá para saber para onde vai o dinheiro, posso descobrir que estou gastando muito em uma área em detrimento da outra", explica o especialista em finanças pessoais, Altemir Farinhas. Outra lição importante é investir em educação financeira, ir a palestra, ler livros e dar mesada para que os filhos maiores e semanada para os pequenos.
No dia a dia
Para economizar no dia a dia, é bom ter em mente as recomendações mais repetidas, que às vezes a gente não segue. Tomar banhos rápidos e não muito quentes, desligar o chuveiro e a torneira para ensaboar o corpo ou escovar os dentes. Com relação à água, a dica é ficar atento a regulagem das torneiras e do vaso sanitário, mesmo sem vazamentos, algumas marcas são mais economizadoras. Para a conta de luz diminuir é bom trocar as lâmpadas incandescentes por versões eletrônicas, que podem economizar R$ 13,20 por lâmpada, por ano. Em uma casa grande a mudança pode render economia de mais cerca de R$ 100 no fim do mês.
Para a coordenadora do Departamento de Planejamento Familiar da UFPR, professora Ana Paula Cherobim, o que tem efeito mesmo nas finanças da família é economizar energia. "Os itens que mais gastam em casa são o chuveiro que precisa ter tempo controlado, geladeira velha, com mais de dez anos, e o uso do ferro elétrico, por isso é bom passar tudo de uma só vez", afirma.
Incandescentes
As lâmpadas incandescentes mais potentes, de 150 a 220 watts (W) já não são sendo vendidas no Brasil desde dezembro de 2012. As menos potentes devem ser retiradas do mercado até 2017. O problema é que apesar de mais baratas, as antigas lâmpadas redondas e transparentes consomem muito mais energia porque transformam parte da energia em calor. O governo calcula uma economia de R$ 6 bilhões até 2030.
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